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Roger Responde 231 – O que pensa o Universalismo Crístico sobre a questão do homossexualismo?

231 – Pergunta (07/07/2014):  Sou espírita, conheço o Universalismo Crístico a pouco tempo e me interesso cada dia mais. No espiritismo a homossexualidade é considerada um distúrbio do indivíduo, em alguns casos uma chance de regeneração. Sem jamais ter preconceito. Como o UC lida com esse tema? O que seria, de fato, a homossexualidade? Obrigado e parabéns pelo trabalho.

Roger: O Universalismo Crístico tem por proposta ser uma filosofia espiritual libertadora. Apesar de defendermos algumas crenças específicas, no livro “Universalismo Crístico Avançado” focamos principalmente (e claramente) na verdadeira compreensão do amor, no autoconhecimento e em entender e aceitar a forma de pensar de nossos semelhantes. Desta forma, entendemos que não nos cabe julgar as opções e escolhas de nossos irmãos, desde que não sejam ações voltadas para o mal e que causem prejuízos aos seus semelhantes. Fundamentalmente é importante fomentar nos corações das pessoas o amor e o entendimento para estabelecermos relações sociais harmônicas entre os homens.

Os homoafetivos merecem tanto respeito como os heteros. Isto porque a opção sexual não torna ninguém melhor. É muito fácil encontrar homoafetivos generosos e bons e, ao mesmo tempo, heteros com atitudes e mentalidade criminosa e, obviamente, vice-versa. O que pode ser questionado é a questão das relações promiscuas e inconsequentes, que causem prejuízos a si e aos outros. Mas isto encontramos tanto entre os homo como entre os heterossexuais. Se houver respeito aos semelhantes e verdadeiro sentimento de amor recíproco, creio que os homoafetivos não só devem ser respeitados, como, também, ser entendidos e aceitos. Não é justo julgarmos a sua opção como um distúrbio ou doença. É o mesmo que tratarmos os ateus como doentes por não acreditarem em Deus. As nossas crenças não podem nos cegar. Isto é um atraso espiritual que o Universalismo Crístico não compactuará jamais.

Aprofundando mais a questão, o entendimento religioso (que creio ser deveras equivocado) é de que as relações homossexuais são contrárias às leis de Deus porque não podem gerar filhos. Isso seria válido na época de Moisés e dos povos antigos, quando era necessário povoar o mundo para permitir a reencarnação em massa dos espíritos rebeldes chegados do sistema de Capela. Hoje em dia, já não há mais esta necessidade, permitindo a união de pessoas por afinidade com vistas a evoluírem conjuntamente nesta existência sem a necessidade específica de gerar descendência.

Outro argumento é de que o sexo deveria ser realizado somente para procriação e homoafetivos não podem procriar. Logo, eles vivem em pecado. Se for assim, então os heterossexuais não devem mais ter relações sexuais somente por prazer, pois não estarão fazendo sexo com finalidade procriativa. Entendo isto como um absurdo. Sexo somente para procriação é um estágio superior só atingido por grandes almas, como Jesus e outros mestres. Homens comuns, padres, ou seja quem for, devem ter relações sexuais afetivas para acalmarem a sua psique ainda instável. A frustração sexual pode gerar monstros incontroláveis que cometem crimes terríveis como a pedofilia. Esta sim, uma prática que deve ser atacada, e não a homossexualidade sadia e pacífica.

Mesmo quem não entende a opção homossexual não tem o direito de julgar e obrigar os seus irmãos a pensarem da mesma forma. Se não existe violência ou atitudes anticrísticas em uma relação homoafetiva, não existe porque tentarmos impor as nossas crenças, provocando tristeza e infelicidade em nossos irmãos, que devemos sempre amar e, jamais, odiar. Desta forma, o Universalismo Crístico sempre irá promover e apoiar a liberdade e a paz, desde que as ações humanas não promovam a infelicidade alheia. Como disse-nos Jesus: “ama ao teu próximo como a ti mesmo e não faça aos outros o que não gostaria que te fizessem”. Coloquem-se no lugar dos nossos irmãos homoafetivos e pensem se gostariam de sofrer todo este preconceito e atitudes desprezíveis que vemos ocorrer no dia a dia com relação a eles. Se os grandes mestres sempre nos ensinaram o amor, o respeito e a tolerância como base para as suas filosofias espirituais, como agir de forma diferente? Os séculos passam e nosso entendimento do mundo também muda. Se Jesus não protegeu abertamente certas minorias é porque no passado a intolerância e a cegueira era maior que nos dias de hoje e sua missão precisaria ser fundamentada em questões mais urgentes e universais.