Equilibrando o Material com o Espiritual
O caminho da
espiritualidade e da elevação moral sem dúvida nos oferece inúmeros benefícios
(pelos quais somos constantemente lembrados quando escolhemos seguir qualquer
diretriz espiritualista), acontece que essa caminhada, quando não é bem
equilibrada, acaba nos oferecendo alguns riscos.
Se abrir
para o autoconhecimento e assumir a missão da construção de um mundo melhor,
nos conecta com tudo aquilo que há de mais sublime em nós. Passamos a enxergar
as coisas por um novo viés, inicia-se a busca pelo belo e acionamos uma espécie
de ímã a tudo aquilo que é “do bem”. O problema aparece quando passamos a
repudiar de forma exacerbada condutas alheias que já não estão mais de acordo
com aquilo que desejamos para o mundo. Esse repúdio pode acabar nos afastando
da nossa realidade atual (mundo material, meio social e pessoas que amamos), e
acabar gerando o inverso daquilo que buscamos, a saber, não conseguir dar novos
passos rumo ao nosso melhoramento moral e, muito menos, transformar a realidade
a nossa volta.
Se estamos
vivendo nesse mundo, com a realidade em que ele se encontra, é porque de alguma
forma temos algo para aprender e para oferecer. O julgamento excessivo e o
repúdio, sendo exteriorizado ou não, a partir de palavras, ou do próprio
silêncio e afastamento, não transformam ninguém, nem a nós mesmos e nem aos
outros. Não estamos aqui defendendo a continuidade de relacionamentos abusivos
e/ou aceitação vitalícia de atitudes que nos fazem mal. Entendam as nossas palavras
como uma reflexão geral a toda vontade exacerbada de viver em um mundo que
ainda não foi construído, com pessoas que ainda não nos tornamos.
A
necessidade é de que coloquemos a mão na massa na construção desse mundo
sonhado, colocando em prática os ensinamentos de amor ao próximo e a nós
mesmos, que é o ponto de convergência entre os diferentes contextos religiosos.
Saibamos nos transformar e crescer sem a necessidade ultrapassada e egoísta de
que todos sigam os mesmos passos que nós e ainda no mesmo ritmo. Tenhamos a
consciência de que estamos longe de alcançar verdades absolutas e de que o
caminho da espiritualidade não deveria nos levar a segregação, mas sim a
integração, a união e ao amor, caso contrário, se tornaria contraditório.
Vibremos para
que consigamos alcançar o equilíbrio necessário entre o material e o
espiritual, para que não nos aprisionemos demasiadamente em nenhum dos lados, e
para que saibamos respeitar as escolhas de cada indivíduo, já que também
desejamos continuar desfrutando do nosso imprescindível livre arbítrio.
Paz e Luz a
todos!