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Roger Responde 051 – Explicações sobre os magos negros

051 – Pergunta (06/12/2010):  Acabo de ler o livro “Atlântida – No Reino das Trevas” e, de antemão, cumprimento-o pela obra. Uma questão me deixa intrigado e gostaria de esclarecimento. A narrativa me deixou a impressão de que os magos negros atlantes, por seu conhecimento e poder, suplantaram de certa forma os padecimentos que seriam esperados tanto no plano astral como em futuras encarnações. Tome-se como exemplo o caso de Arnach. Após a queda do continente atlante, construiu para si um ‘império mental’ a seu gosto que perdurou por milênios; viveu sua ‘falsa’ realidade por longo tempo até retornar para a luz e viver a experiência física novamente. Certo é que não podemos nos afastar da colheita obrigatória nem de pagar nosso último ceitil; porém, o que nos pareceu com a narrativa é que o espírito avançado no campo psíquico/mental, ainda que imensamente atrasado no amor ao próximo, leva uma ‘vantagem’ sobre o espírito mais simplório. Reforço que esta é uma impressão que o livro me suscita; não creio que seja assim. Por isso, gostaria de mais explicações nesse ponto.

Roger:  O mundo espiritual é essencialmente de natureza mental, ou seja, um reflexo de nossa própria consciência. Se somos virtuosos, a nossa mente sintoniza-se com as esferas sublimes, entrando em uma frequência de luz. Porém, se vivemos em desacordo com a lei suprema “ama ao teu próximo como a ti mesmo e não faça aos outros o que não gostaria que te fizessem”, nossa mente, em sua estrutura inconsciente, cobra-nos por estarmos em conflito com esse principio divino, precipitando-nos às sombras, onde se fará presente em nossa tela mental todas as coisas que abominamos, entre elas, dor (na condição de remorso) e miséria.

Naturalmente esse é o destino das almas corrompidas, principalmente devido a carga trazida através de todos os relatos das religiões a cerca do Inferno. Assim é, para espíritos comuns, inevitável que a consciência cobre o seu preço, infligindo a ele até mesmo deformações no corpo perispiritual, por mais que o infrator deseje se enganar. No entanto, os magos negros atlantes são seres que sempre possuíram assombroso poder mental, desenvolvido com afinco em seus rituais de magia e hipnose. Após desencarnarem na extinta Atlântida, perceberam que poderiam controlar inclusive a área inconsciente de suas mentes, projetando para si um mundo ilusório de conforto, poder e requinte, mesmo vivendo no reino das sombras. E é essa a maior perdição das sombras… O prazer de viver na opulência. Caso não fosse assim, todos retornariam para a luz rapidamente. Mas Deus precisa dos senhores da escuridão para ajudar no trabalho de despertamento das almas primitivas, que estagnam no processo evolutivo. Assim como nós precisamos dos policiais e do exército para livrar os morros cariocas da criminalidade. Eles não ouviriam a mensagem evangélica. Pastores, padres e demais líderes espirituais não seriam ouvidos. Criminosos contumazes necessitam de forças mais intensas para serem chamados à razão. Assim ocorre também com as consciências mais primitivas de nosso mundo.

Certamente que ninguém foge da colheita daquilo que plantou, como sabiamente nos ensinou Jesus. No entanto, Deus permite esse “momentâneo” período de ilusão dos magos negros para que obtenham um aprendizado de acordo com as suas necessidades evolutivas incomuns. Deus não deseja o sofrimento e a autopunição de seus filhos. Nós é que nos flagelamos com os dramas de nossas próprias consciências. Deus não condena, apenas aguarda serenamente a nossa redenção espiritual. Ele espera pacientemente que retifiquemos os nossos erros e que aprendamos a viver em harmonia com o Universo.

Arnach pode ter passado ao leitor a ideia de impunidade; mas, no transcorrer desses séculos, também teve as suas amarguras, e se protegeu dela, da forma que lhe era possível, com a armadura da ilusão. Hoje em dia ele necessitará realizar uma grande tarefa transformadora no mundo dos homens para resgatar os seus erros. Ele pagará até o ultimo ceitil, como reza a Lei Maior, mas com um verdadeiro trabalho voltado para o Bem coletivo. É isso que Deus espera de nós… que nos tornemos pessoas melhores. Dor e sofrimento é uma construção da mente humana em desalinho com a sua natureza divina. Lembrem-se: culpa e medo são construções de nossas mentes. Deus não quer isso para nós. Nós construímos esses sentimentos deturpados e promovemos um autoflagelo que muitas vezes nem percebemos.

Se não fosse dessa forma, Deus teria privilegiado Paulo de Tarso, que era um assassino de cristãos até o seu encontro com Jesus na estrada para Damasco, onde modificou totalmente a sua vida para a Luz e foi recebido no plano espiritual como um grande vencedor e passou a habitar as paragens celestiais.

E como nos narra o livro, caso Arnach fracasse nessa missão abençoada, sofrerá a ação implacável da lei cármica, sem privilégios, porque a lei de Deus é igual para todos, mas sempre respeitando o momento evolutivo de cada um. Deus oferece o remédio de acordo com a enfermidade de cada alma. Carma é reeducação da alma. Não é punição! Depende somente de como vemos o mundo. Para alguns, nascer em situação menos favorável é castigo divino. Já para almas focadas no Bem é oportunidade de trabalho em nome do Cristo dentro de um cenário mais instigante. Existem médicos que preferem atuar na África ou em outras regiões assoladas pela miséria para levar o Bem a todos. Outros já preferem o conforto de seus consultórios. Quem está mais perto de Deus?