Hipocrisia, você a percebe?
Queridos irmãos, elaboramos esse título em forma de pergunta, justamente, para que entendêssemos o nosso tema desde o início da leitura. Quando lemos esse título, nossa primeira reação é pensar que sim, com um ar de superioridade e começar a enumerar, rapidamente, os diversos atos que presenciamos de pessoas que agiram com hipocrisia, mas será que esse já não seria um ato hipócrita?
Somente nossas consciências poderão responder a esse questionamento. Se nos avaliarmos da mesma forma em que costumamos avaliar as outras pessoas, certamente, encontraremos atos muito parecidos com esses que condenamos em nossos semelhantes.
A probabilidade de que a resposta unânime para esse título seja um grande e forte SIM é muito grande, mas se tivéssemos perguntado… Hipocrisia, você a percebe em seus próprios atos? Certamente o resultado seria muito diferente, pois temos uma tendência muito forte em acharmos os erros e defeitos nos outros, mas não em nós mesmos. Isso ocorre por estarmos muito mais voltados ao externo do que ao interno. A hipocrisia se torna cada vez mais presente em nosso cotidiano por vivermos em uma sociedade que cultua em demasia as aparências.
Quando falamos em aparência, não citamos somente a aparência física, que é a mais lembrada, mas de todos os tipos de aparência que são fortemente valorizadas.
Antigamente, por exemplo, as pessoas eram apresentadas umas as outras pelo seu sobrenome, pois o que importava era o prestígio que o nome de sua família trazia, sendo que, atualmente, o status social foi substituído pela profissão que temos, fazendo com que ao invés de falarem nosso sobrenome, quando somos apresentados a alguém, o que é citado é nossa profissão. Quando começaremos a ser valorizados mais pelas nossas virtudes do que pelo nome que temos ou pelo papel social que escolhemos para servir a sociedade?
No momento em que começarmos a nos preocupar mais com o ser do que somente parecer, faremos aos poucos com que a hipocrisia deixe de governar esse mundo, que se torna, cada vez mais, um jogo de aparência e máscaras sociais. Paremos de cuidar e de nos preocupar tanto com a vida dos outros para dar mais atenção a nossa própria vida. Passemos a avaliar mais os nossos próprios defeitos e virtudes, pois por mais que enxergamos algo que não concordemos na atitude dos outros, a única pessoa que está a nossa disposição para mudança somos nós mesmos. Portanto, utilizemos as atitudes que vemos e não concordamos, não para alvo de crítica, mas como aprendizado, assim, evitaremos de nos deparar no mesmo papel de quem discordamos.
“Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz estão em harmonia” Mahatma Ghandi
Jamais seremos felizes tentando enganar a nós mesmos. Ouvindo mais o nosso coração e sendo mais coerente entre o que pensamos, falamos e fazemos, como nos ensina Ghandi, encontramos o caminho para a felicidade. Sejamos mais coerentes em nossos discursos, quem julga demais as atitudes dos outros, não tem tempo para avaliar a si mesmo.
Vibremos para que possamos nos tornar um terreno fértil, onde todos os ensinamentos que buscamos criem raízes em nosso interior e possam florescer através de nossas atitudes perante a vida que levamos. Somos muito abençoados por termos um imenso legado de experiências e doutrinas a nossa disposição, basta que saibamos utilizá-las em essência, e não com superficialidade. Cuidemos para não recebermos a semente entre os espinhos, pois assim, corremos o risco de abafar a palavra e a tornarmos infrutífera. De que adianta reconhecermos bons conselhos e os admirarmos, se forem aplicados somente aos outros, e não para nosso
próprio aperfeiçoamento?
Hipocrisia, você a percebe em seus próprios atos?
Paz, luz e uma ótima reflexão a todos!