O que a ofensa tem a nos ensinar?
“Quando você se ofender com as faltas de alguém, vire-se e estude os seus próprios defeitos. Cuidando deles, você esquecerá a sua raiva e aprenderá a viver sensatamente.” Epicteto – Filósofo Grego.
A meditação sobre essa frase é o ponto de partida para direcionar nossos caminhos para uma grande transformação das nossas ações e reações nos relacionamentos e interações diários.
Quando nos sentimos ofendidos pelas palavras ou atitudes de alguém pode ser por acreditar que nós não faríamos ou agiríamos daquela forma. Mas pare e pense um pouco. Se o que foi dito não é verdade, não nos diz respeito. Não é necessário revidar, tomar satisfações. A maledicência se encerará por ela mesma. Se houver alguma verdade no que foi dito, é necessário ter humildade para aceitar que errou – muitas vezes achamos difícil admitir que erramos – e buscar a reparação, o pedido de desculpas ou a reposição da perda gerada. Cabe, ainda, olhar para dentro de si e buscar o caminho da reforma íntima, da transformação do hábito negativo em virtude.
A ofensa por vezes, é consequência da presença do orgulho: imagina que tal pessoa teve a ousadia de dizer tal coisa para mim ou sobre mim. E se buscássemos não nos ofender com as coisas que ouvimos? Se transformássemos nosso coração de tal forma que não nos sentíssemos mais ofendidos? Não mais seria necessário perdoar as vossas ofensas, pois não mais nos sentiríamos ofendidos.
Se tivermos consciência de que nós cometemos erros também – e não são poucos – podemos nos tornar mais tolerantes com o outro. Se pensarmos que o outro pode estar num dia complicado, num momento difícil da vida que o levou a agir de forma agressiva, ou impensada e que olhando sinceramente para a nossa vida, nós podemos já ter tido o mesmo tipo de atitude, cometido o mesmo erro uma vez, ou mais, quem sabe? E se o outro cometeu um deslize por que acha que é mais esperto agindo dessa forma, ou ainda, por pura ignorância, ainda assim é possível relevar e quem sabe deixar passar? O que se pede não é abrir mão de direitos, mas exercitar a harmonia, a doçura, a tolerância em busca de um mundo de paz.
Portanto amigos, vibremos por um mundo habitado por seres que busquem a expansão da consciência, que busquem seguir o exemplo do mestre Jesus que em seu momento de dor mais profunda – na carne e na alma – pede ao Pai que perdoe seus algozes, pois eles não sabiam o que estavam fazendo. Ele entendia que aqueles homens não tinham plena consciência do que faziam, eram dominados pela violência e ignorantes do amor e respeito ao próximo.
Paz e Luz!