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Vibração Coletiva (05.03.2014) – Sintonia entre Corpo e Espírito

Queridos irmãos, propomos que nessa semana a Vibração Coletiva seja um momento de reflexão acerca da importância do corpo que nos foi emprestado para que pudéssemos viver as experiências necessárias para nosso aprimoramento e crescimento espiritual, assim como a divina simbiose entre o corpo, transitório, e o espírito, eterno.

O corpo físico é o templo do espírito, que está em um temporário período de aprendizado na Terra. No corpo humano, temos na Terra o mais sublime dos santuários e um grande exemplo da perfeição de toda a criação de Nosso Pai. A benção do corpo que cada um de nós recebeu, é uma preciosa oportunidade de aperfeiçoamento espiritual. O corpo material é exatamente planejado de acordo com o que cada espírito necessita vivenciar para continuar a crescer e evoluir.

O espírito, sendo a individualização do princípio inteligente do Universo, utiliza-se do corpo físico para poder encarnar nos mundos materiais, em cumprimento do seu programa evolutivo, para desenvolver-se, e ao mesmo tempo, auxiliar no desenvolvimento do mundo material que por hora habita. O corpo físico é a casa do espírito e, portanto, assim como cuidamos da nossa casa material, do lar que nos abriga, devemos ter cuidado com nosso corpo, que é a morada do nosso espírito enquanto aqui estivermos encarnados.

Cuidar do corpo significa nutri-lo, lhe proporcionar bem-estar, através da higiene, de exercícios físicos e de alimentação adequada, sem exageros e evitando qualquer tipo de vício, que lentamente vai destruindo o corpo que está sob nossa responsabilidade.

Ideias errôneas, que ainda hoje permeiam nossa existência, são levadas ao extremo e constituem-se em obstáculos ao caminhar evolutivo. De um lado há aqueles que acreditam que maltratando o corpo, purificam o espírito. De outro, há os que não acreditam na existência do espírito, ou mesmo aceitando a ideia de sua existência, são apegados à vida materialista e afastam-se de alimentar a alma, preocupando-se apenas em cultuar o corpo. São atitudes extremas que acabam por praticar uma violência contra o corpo e contra a oportunidade do espírito de evoluir. Assim como há os preguiçosos e despreocupados em relação o corpo, ou ainda aqueles que não se preocupam em nutrir o espírito com valores morais. Em todos os casos, se está atuando contra a vontade do Criador e postergando a evolução espiritual.

Da mesma maneira que o corpo deve ser satisfeito de suas necessidades físicas, o espírito como ser moral deve desenvolver-se até alcançar a perfeição e a felicidade. O corpo então é o instrumento que o espírito possui para realizar esse trabalho, e assim, enquanto durar a existência do homem, ambos devem trabalhar juntos, buscando viver em equilíbrio.

Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec escreve: “O Espírito encarnado está sob a influência da matéria. O homem que supera essa influência pela elevação e purificação de sua alma, aproxima-se dos Bons Espíritos, com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, aproxima-se dos Espíritos impuros, dando predominância à natureza animal.”

Dessa forma, compreendemos que encontrar o equilíbrio entre os desejos do corpo e do espírito é sempre o melhor caminho. Tanto o corpo como o espírito possuem necessidades particulares, que precisam e devem ser atendidas, pois elas se complementam. Buscar esse equilíbrio com calma, respeito e dignidade é uma de nossas tarefas enquanto encarnados. Sendo o corpo instrumento de evolução para o espírito, é preciso conhecer suas necessidades e satisfazê-las, sem prejudicar as necessidades da alma, que é quem pensa, sente e age. Dessa forma, a vida corporal, sendo apenas uma passagem na vida do espírito imortal, deve ser vivida primordialmente para o crescimento do espírito, e não em função do corpo. Este último deve ser amado e respeitado como instrumento precioso que é, cuidado, nutrido e satisfeito nas suas necessidades, mas jamais tido como preocupação primeira e maior da existência do ser.

Quando alcançamos o conhecimento e passamos a valorizar a vida espiritual, compreendemos que o corpo físico é apenas um meio de evolução do homem, e assim, damos a vida material o seu real valor, sem exageros e excessos. Dessa forma, o corpo será valorizado pela sua importância na evolução do espírito, não será depreciado e menosprezado, e também não será colocado acima do ser espiritual. O homem consciente da sua imortalidade saberá usar seu discernimento na satisfação das necessidades do seu corpo e da sua alma, conseguindo o equilíbrio entre ambos, para um viver prazeroso e produtivo.

Portanto, cuidemos de nosso corpo com carinho, com dedicação, com discernimento e gratidão pela oportunidade que ele nos dá de manifestarmo-nos, de expressarmos nossas emoções, nossos sentimentos, nossos propósitos e ideais, enfim, pela oportunidade de, nesta existência, podermos aprender, ensinar, nos relacionar com os outros, perdoar e amar, compreendendo-o como instrumento de evolução do Espírito imortal que somos.

Paz e Luz a todos!

Roger Responde 178 – É errado querer crescer profissionalmente e ganhar mais?

178 – Pergunta (13/05/2013): Roger, já li todos os seus livros e acompanho seu trabalho há algum tempo. Acredito no UC e me esforço para viver seus ensinamentos, mas tenho dúvidas em relação a uma questão: o dinheiro. Será que querer crescer profissionalmente e com isso ganhar mais dinheiro é errado? Ter a vontade de querer ganhar mais para poder ter mais conforto é errado? Temos exemplos de pessoas iluminadas que tinham poucos recursos ou abriram mão, e eram extremamente felizes. Mas e se não estamos nesse nível de evolução, o que fazer se gostarmos de viver bem, de não passar necessidade? Não digo o querer dinheiro a qualquer custo, passar por cima dos outros, roubar… Digo ter vontade de ganhar mais, mesmo já possuindo o suficiente para sobreviver, mas vindo do trabalho honesto. Para mim a vida é evolução e não estagnação. E crescer profissionalmente é natural. Não conseguiria viver fazendo a mesma coisa até me aposentar. Rsrs. Quero crescer dentro do meu emprego, ter mais responsabilidades, aprender, ensinar e ser melhor remunerada também. Já me falaram que estou exagerando, que não devia querer ganhar mais pois o que tenho já está bom, que é errado etc. Mas não é só o dinheiro, vejo o crescimento profissional e pessoal também. As vezes me vem a duvida: Será que estou exagerando mesmo e colocando muita energia em algo que deveria ser secundário? Agradeço a oportunidade. Espero ter conseguido me fazer entender, pois as vezes escrevendo é mais difícil de se expressar.  Muita luz, paz e amor sempre amigo!

Roger: Querida amiga, não tem nada de errado em querer ganhar mais dinheiro. É um erro achar que dinheiro é algo sujo e contrário à busca de espiritualidade. Se for um dinheiro conquistado honestamente e através da execução de atividades dignas que até mesmo promovam o desenvolvimento pessoal não só teu, mas também de demais pessoas que se beneficiem com a tua abrangência de conhecimento profissional, será melhor ainda. Eu particularmente acho mais valoroso empresários que geram empregos e melhores condições de vidas a várias pessoas do que religiosos que ficam confinados em mosteiros realizando uma busca espiritual exclusiva.

No entanto, essa busca profissional e de realização material não pode se tornar uma obsessão que coloque em risco os teus valores espirituais. O dinheiro e o conforto estão aqui para servir-nos, e não para nos tornarmos escravos deles. Quando Jesus nos disse: “vós sois deuses”, referiu-se a toda a nossa capacidade divina de realização. E isso se reflete na questão do desenvolvimento pessoal também. Por isso em nosso último livro “Universalismo Crístico Avançado”, no capítulo 15, falamos sobre a importância de focarmos as ações de caridade do UC em práticas de desenvolvimento pessoal. Realizar ações que permitam aos nossos irmãos libertarem-se da condição de pedintes para efetivamente desenvolverem-se para andarem por suas próprias pernas. Ensinar a pescar, em vez de apenas dar o peixe.

O Universalismo Crístico valoriza o crescimento pessoal e profissional, tanto quanto o espiritual. Só que como ensina-nos Hermes no quinto principio da Tábua de Esmeraldas: o sábio deve ser puro equilíbrio. Jamais devemos sacrificar um importante lado de nossas vidas para atender a uma obsessão exclusiva. Da mesma forma que pessoas se atiram desesperadamente aos interesses materiais, existem aquelas que se escravizam a uma dedicação religiosa excessiva e preocupante, que os leva futuramente a inevitáveis problemas psicológicos, devido ao abandono do mundo e dos interesses naturalmente humanos. Essa abdicação dos interesses humanos, como o celibato, por exemplo, é tarefa para almas com significativo avanço. Forçar essa condição, cedo ou tarde, ocasiona problemas.

E, por fim, lembre-se, querida amiga, que não devemos “guardar riquezas onde a traça rói e a ferrugem consome”. Viva com conforto, conquiste riqueza, contudo não seja escrava de patrimônios. Use a riqueza que gerar com o teu desenvolvimento pessoal para ajudar a construir um mundo novo, mais consciente dos valores espirituais e humanos. E, assim, estará fazendo uma importante caridade para o mundo.