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Notícia da Semana – Arábia Saudita elege candidatas em primeira eleição aberta às mulheres

Mulher vota em Riad, na Arábia Saudita (Foto: Dina Fouad/AFP)
Mulher vota em Riad, na Arábia Saudita (Foto: Dina Fouad/AFP)

Ao menos 20 mulheres foram eleitas para cargos públicos na Arábia Saudita após ganharem assentos nos conselhos municipais nas eleições de sábado (12), segundo a agência de notícias France Presse. Os resultados preliminares foram anunciados por distritos locais e publicados na agência oficial saudita, segundo a Reuters. Estas são as primeiras eleições abertas a mulheres eleitoras e candidatas.

Uma delas é Salma Al Oteibi Hizab Bent, que ganhou um assento no Conselho Municipal Madrakah, cidade na região de Meca, o primeiro lugar sagrado do Islã, disse o presidente da Comissão Eleitoral, Osama Al Bar, ao relatar os primeiros resultados do pleito municipal.

Outra candidata vencedora é Hanouf bint Mufreh bin Ayad al-Hazimi, que ganhou um assento em al-Jawf, no norte da Arábia Saudita. Os nomes das outras vencedoras ainda não foram divulgados.

As 13 candidatas representam cerca de 0,6% do total de 2.106 cargos escolhidos por votação popular nestas eleições.

A Arábia Saudita, governada por uma versão rígida do Islã, é um dos países mais restritivos do mundo para as mulheres, que não têm direito de dirigir e precisam da aprovação de um homem para o trabalho ou viagens.

No sábado, os eleitores escolheram entre 6 mil homens e 900 mulheres, autorizadas a concorrer pela primeira vez, segundo a AFP. Todos eles aspiraram a um lugar nas 284 assembleias municipais compostas apenas por representantes eleitos, mas com potência limitada.

No seu distrito, Salma Al Oteibi Bent Hizab competiu com sete homens e duas mulheres, de acordo com Osama Al Bar.

Participação de mulheres

“A participação das mulheres nos conselhos municipais” testemunha, entre outras coisas, “a preocupação e o interesse do Estado em envolver ainda mais esses conselhos no desenvolvimento do país”, acrescentou o presidente da Comissão Eleitoral local.

Os colégios eleitorais abriram às 8h (3h de Brasília) e um jornalista da AFP constatou o início da votação no centro de Riad, com um movimento muito fraco.

A Arábia Saudita era o último país no mundo a negar às mulheres o direito de voto.

Algumas mulheres afirmaram que o registro de eleitoras foi complicado em razão dos obstáculos burocráticos, da falta de informação e porque as mulheres são proibidas de dirigir, o que dificulta a locomoção.

No país, as mulheres devem se vestir de preto da cabeça aos pés quando estão em público e necessitam da permissão de um membro masculino de sua família para viajar, trabalhar e se casar.

Para algumas, o simples fato de ter feito campanha já é uma vitória em si.

“Para dizer a verdade, eu não me candidatei para ganhar”, afirma Badreldin al-Sawari, uma pediatra do centro de Riad, que entrou na disputa por patriotismo e para provar que o Islã dá direito às mulheres.

“Os homens e as mulheres têm os mesmos direitos em muitos domínios”, assegura, com um verso do Alcorão como apoio, afirmando ter recebido muito apoio durante sua campanha.

Outras mulheres não tiveram uma experiência positiva.

Lujain Hathlul, uma ativista presa 2 meses após tentar, em dezembro de 2014, de entrar no país dirigindo seu veículo a partir dos Emirados Árabe Unidos, teve sua candidatura rejeitada.

Nassima al-Sadah, ativista dos direitos Humanos da cidade de Qatif (leste), indicou à AFP que também contestou na justiça a negação de sua candidatura.

Uma professora que vive no nordeste do país e que não quis ser identificada explica como sua candidata preferida foi excluída por acusações de religiosos.

“Teve que se retirar porque os religiosos disseram que uma mulher não pode participar das eleições. Não creio que as mulheres ganharão muito poder caso vençam”, lamenta.

Situação é acompanhada

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch saudou as eleições como um passo para uma maior participação das mulheres na vida política, sublinhando que “a Arábia Saudita continua a discriminar as mulheres através de uma miríade de leis, políticas e práticas”.

A situação dos direitos humanos no reino saudita, liderado pela família real dos Al-Saud, é acompanhada de perto por muitos países ocidentais e ONGs.

Um tímido processo de abertura começou sob o reinado do rei Abdallah (2005-2015), o predecessor de Salman, que em 2011 concedeu às mulheres sauditas o direito de voto e de elegibilidade.

Hossaini, otimista, espera que pelo menos 10% das candidatas conquistem um assento. Em seguida, acrescentou: “até mesmo uma vitória seria um progresso.”

Acesse a notícia no link: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/12/arabia-saudita-elege-candidata-em-primeira-eleicao-aberta-mulheres.html


Reflexão

A igualdade de gêneros é considerada uma das bases para construir uma sociedade com menos preconceito e discriminação. Essa igualdade deve começar em casa. Crianças que aprendem desde cedo, que meninos e meninas devem ter os mesmo direitos, serão adultos que saberão respeitar seu semelhante. Esse exemplo da Arábia Saudita (país em que a participação de mulheres é quase nula) ainda é um ato muito pequeno, todavia, é dando o primeiro passo que se alcança grandes feitos.

Paz e Luz a todos!

 

Roger Responde 247 – Manifestações de ódio e revolta após as eleições presidenciais.

247 – Pergunta (24/11/2014):  Boa noite, Roger. O atual momento social aqui no Brasil não é nada bom. As disputas eleitorais para presidência da República fizeram com que a sociedade entrasse em ebulição numa verdadeira guerra de ideologias. A razão parece ter desaparecido. Os sentimentos positivos, então, nem se fala. Xenofobia, racismo, preconceito, divisão, pedidos de volta da ditadura (e a tortura, a censura…), parece que o Brasil entrou em parafuso. Eu, particularmente, vejo uma guerra ideológica em andamento, aliada a uma crise econômica, tudo isso fazendo o sangue subir e a raiva crescer. Nas redes sociais, na padaria da esquina, no estacionamento do edifício: vozes exaltadas e pouco racionais. O que os seres de luz estão fazendo para acalmar os ânimos do povo brasileiro? Isso é um teste para separar o joio do trigo? Vai piorar? Abraços, no dharma! 

Roger: Sim. Durante a viagem a Israel eu vi muitas postagens no Facebook com clima de ódio, racismo, preconceito e desejo de vingança com os resultados das eleições presidenciais. Isto que meus amigos no Facebook são pessoas espiritualizadas e não é algo natural que tenham este tipo comportamento. Certamente foram influenciados pela atmosfera sombria que se criou com a egrégora de sentimentos negativos geradas pelos ataques pessoais nas eleições. Por isso devemos sempre orar e vigiar os nossos atos e pensamentos. A Alemanha de Hitler se criou através desse tipo de psicosfera negativa.

O cenário político do Brasil e do mundo não deve ser defendido como este ou aquele lado fosse o melhor e o “salvador da pátria”. Toda a nossa classe política está na contramão da vontade do Cristo. O que devemos fazer é votar naquele que consideramos o melhor para enfrentar este período em que vivemos e depois aguardar e  respeitar a democracia. Defender bandeiras partidárias e ideológicas de forma violenta e revoltada apenas gera divisão e mais problemas para a sociedade como um todo. O mundo ideal que sonhamos não se constrói com violência e desrespeito às instituições democráticas.

A presidente eleita certamente ouvirá os apelos da outra metade do país que realizou os seus protestos e votou em seu opositor. Somente assim ela conseguirá realizar um governo para todos, como ela mesmo afirma. Logo, devemos cobrar as mudanças desejadas com equilíbrio e respeito. Ficou claro, nestas eleições, que metade da população exige outras prioridades, além daquelas já atendidas pelo atual governo. Já no que diz respeito aos atos de corrupção, vivemos em uma democracia consolidada e existem instituições respeitáveis para realizar este trabalho, entre elas a polícia federal e os órgãos da justiça. Ambas estão fazendo o seu trabalho com isenção, transparência e liberdade. Portanto, se queremos ajudar no crescimento e elevação de nosso país, devemos parar de reclamar e gerar energias negativas de ódio e revolta, e passarmos a criar um clima de conciliação e trabalho para a construção de um país melhor para todos, com amor e fraternidade universal, independente de crenças e posições partidárias.