Dez anos de prática nos tatames de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, garantiram a segurança que o atleta Matheus Rocha precisava para ir além das quatro paredes do centro de treinamento. Após vencer o Campeonato Nacional de Taekwondo, em 2015, o jovem tornou-se o primeiro brasileiro com Síndrome de Down a competir no Mundial.
Voltou dos Estados Unidos com duas medalhas na mala – uma de prata e outra de bronze – e com a vontade de se tornar um competidor ainda melhor. “Era meu sonho. Agora estou muito feliz, muito vitorioso”, vibra Matheus.
As conquistas do gaúcho também são comemoradas pela família, que sempre o incentivou a praticar o esporte pelos inúmeros benefícios que oferece.
“Como ele quer ser respeitado, e o respeito é uma das coisas trabalhadas pelo taekwondo, ele consegue hoje também entender que, para ser respeitado, ele também tem que respeitar”, observa a mãe Tânia Rocha.
A percepção de Tânia é a mesma do professor de Matheus, que notou as mudanças no comportamento do aluno com o passar do tempo. “No início, ele se frustrava muito com as coisas que ele não conseguia aprender e hoje eu consigo perceber que ele consegue ter uma concentração maior para continuar treinando e aprender”, analisa Tadeu Drago.
Desafio pela frente
O atleta comemora a vitória e já mira o próximo desafio. No mês de setembro, Matheus vai estar no Pan-Americano 2016, que ocorre no Uruguai e vale vaga para o próximo mundial. “Eu prefiro continuar treinando e competindo para ficar ainda melhor”, almeja.
Para isso, ele está passando por uma preparação física direcionada à competição e contando com a torcida da família. “O que nós sempre falamos para o Matheus é que ele vai para fazer o melhor que ele pode fazer. Se as medalhas vierem, ótimo. Se as medalhas não vierem, ele foi e fez o melhor que ele poderia fazer e para nós isso é o bastante”, finaliza a mãe, com orgulho.