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Notícia da Semana – Site de doações estimula consumo consciente

por André Jorge de Oliveira

 
Há cerca de um ano, Mauro Mattedi se deparou com uma situação que lhe rendeu o estalo para criar o Doabox, site de doações que foi ao ar no começo de setembro. Ele possuía um computador que não tinha mais nenhuma utilidade, e vendê-lo não iria render muito dinheiro. A solução seria doá-lo – mas para quem? “Nesse momento pensei: se houvesse um portal onde eu pudesse cadastrar esta doação e rapidamente ser procurado por alguém que está precisando dela, resolveria meu problema e também o de outra pessoa”, explica Mauro em seu site.
Depois de refletir sobre a ideia, compartilhou-a com o amigo programador Adriano Silva, que abraçou o projeto na mesma hora. Pode parecer irônico, mas a dupla usou como principal referência o layout de sites de compra consagrados, como Mercado Livre e eBay. Após cinco meses de trabalho intenso, o portal começou a funcionar efetivamente, e já conta com 325 doadores cadastrados e 150 produtos à disposição de quem necessite deles.O mecanismo é simples: basta anunciar o item que será doado, incluindo uma foto, a descrição e a localização. Depois que alguém demonstrar interesse, os dois usuários combinam a entrega e o doador pode escolher o produto disponível que mais lhe agradar. Quanto mais a pessoa doa, mais ela recebe. “Queremos que as pessoas tomem consciência de que têm muitas coisas que não usam, compradas na impulsividade – o valor está no uso”, defende Mauro. Ao todo, 56 doações foram concretizadas até agora.
 
 
Entre os anúncios, já surgiram itens de valor comercial, como um notebook, e também objetos raros, como um farol de bicicleta antiga. “Fico pensando na hora em que cair no conhecimento de alguém com muito dinheiro, tem gente muito generosa e com consciência aberta”, diz Mauro, que já fez 11 doações. Ele destaca a possibilidade de conhecer novas pessoas de forma inusitada como um grande diferencial do site. Também chama a atenção para um forte sentimento de gratidão que costuma surgir em quem recebe, por se tratar de uma prática de desapego que é pouco usual no dia a dia.Segundo o criador, o Doabox não tem fins lucrativos, e existe apenas para disseminar entre a população ideais como o consumo sustentável, a cooperação e a economia de recursos naturais. Para o futuro, a ideia é expandir o projeto e dar a ele uma nova cara. “Penso em uma rede social de compartilhamento não só de informações e fotos, mas de experiências, produtos, coisas – algo que nunca vimos por aí. Como uma rede social de intercâmbio de tudo”.
 
Colaboração: Rosilane de Castro Nunes – Universalismo Crístico – MG
 
Fonte: Revista Galileu