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Roger Responde 170 – Considerações sobre o Universalismo Crístico.

170 – Pergunta (18/03/2013): Roger, boa tarde! Desde que li os livros Atlântida volumes 1 e 2, venho acompanhando seus trabalhos no Universalismo Crístico. Sou espírita kardecista e ultimamente tenho refletido muito sobre algumas coisas que leio no site do UC e no Facebook do UC. Pelo que tenho observado, muitas informações oriundas de outras religiões ou doutrinas que não o espiritismo kardecista, vem sendo utilizadas para tratar determinados assuntos do UC. Sei que o objetivo é justamente este, unificar as diversas crenças em uma única verdade. Porém, como podemos proceder para separar o que é verdadeiro daquilo que não passa de dogmas, rituais e outras histórias criadas pela própria sociedade ao longo dos anos? Gostaria também de lhe dizer que, por favor, me corrija caso eu tenha me equivocado em algum ponto! Abraços!!!

Roger: Querido amigo, o Universalismo Crístico deve ser entendido como uma instituição que está fora e acima do âmbito das religiões. Na tua colocação tu afirma que as informações que vem sendo utilizadas são de outras religiões, e não do espiritismo kardecista. Entendo a tua visão porque naturalmente nos sentimos confortáveis com as nossas crenças e temos uma natural resistência para o que não nos é familiar. Apesar do Universalismo Crístico ter muito a ver com os ensinamentos espíritas, ele não é espírita e também não é um apêndice desta religião.

Na minha visão particular, vejo o Universalismo Crístico bem perto do espiritismo por eles trazerem os ensinamentos mais conscientes e modernos sobre espiritualidade  e, ainda, ambos trazem em seu seio uma proposta de popularizar entre as massas a sabedoria espiritual. Mesmo assim, o Universalismo Crístico não é um apêndice do espiritismo e nem uma evolução desta religião, como alguns andam afirmando de forma equivocada. O Universalismo Crístico também não é ecumenismo. Ele tem uma visão naturalmente ecumênica, mas não se restringe a isso. Como já falamos em pergunta anterior, a tarefa central do Universalismo Crístico é tentar despertar os nossos irmãos para uma verdadeira e sincera consciência espiritual e começar a construir a estrada espiritual que todos trilharão nos séculos futuros, atendendo às exigências evolutivas da Nova Era. O UC é uma ponte que nos levará da velha para a nova consciência.

Obviamente que em um primeiro momento as pessoas confundirão qual é o real significado do Universalismo Crístico, agregando a ele as suas crenças atuais, que em alguns momentos serão elementos importantes de evolução espiritual, mas em outros serão crendices ultrapassadas que ainda estão impregnadas nas consciências do homem atual.

Por este motivo, aquele que busca compreender o Universalismo Crístico em essência deve sempre ter em mente os alicerces do Universalismo Crístico Básico e do Avançado, e seus roteiros, para assim não esquecer a essência e terminar se escravizando a rituais e crenças fantasiosas. A implantação do Universalismo Crístico me lembra a mesma dificuldade que tivemos para implantar o deus Aton de Akhenaton, há 3.300 anos, que era abstrato e representado pelos raios solares. Naquela época, o povo só conseguia compreender os seus deuses de pedra e amuletos. Sem dúvida, da mesma forma, será uma longa jornada até toda humanidade estar apta a entender o UC em sua mais profunda essência.

Os três alicerces do Universalismo Crístico Básico são:“O amor ao próximo como a si mesmo buscando cultivar as virtudes crísticas de forma verdadeira e incondicional”,  “A crença na reencarnação do espírito e no carma, pois sem elas não existe Justiça Divina” e “A busca incessante pela sabedoria espiritual aliada ao progresso filosófico e científico com o objetivo de promover a evolução integral da humanidade”.  E seus dois roteiros fundamentais são: O primeiro é a lei do amor. Tudo que foge a maior das virtudes deve ser descartado, pois não provêm de Deus. E o segundo é a busca da verdade. Jesus nos ensinou: “conhece a verdade e a verdade te libertará”. A verdade está onde estão o bom senso e a lógica.

Os três alicerces do Universalismo Crístico Avançado são: primeiro “a compreensão profunda e verdadeira do amor”,  segundo  “a busca do autoconhecimento” e o terceiro “entender a forma como pensa o nosso semelhante”. E o Universalismo Crístico Avançado apresenta, também, dois roteiros. O primeiro é o mesmo: tudo que foge a lei do amor deve ser descartado, pois não provém de Deus. E o segundo é a autoavaliação! Precisamos mensurar se estamos nos conhecendo melhor e entendendo o nosso próximo, baseado nos preceitos sagrados do amor. Essa é a fórmula elementar para evoluirmos em harmonia com os nossos semelhantes.

Entendo que as pessoas que seguirem estes alicerces e roteiros naturalmente seguirão pela estrada da rápida e correta ascensão de sua consciência espiritual, libertando-se dos equívocos e crenças limitadas à medida que evoluírem.

Roger Responde 123 – Roger discorda de algo que ensina o Espiritismo?

123 – Pergunta (23/04/2012): Roger, acredito firmemente no Universalismo Crístico e já li todos seus livros, sou espírita, acredito firmemente em todos os ensinamentos da Doutrina Espírita e tento professar o máximo possível aquilo que tenho aprendido com ela, não é fácil para nós seres ainda tão imperfeitos. Minha dúvida é a seguinte: Você discorda de alguma coisa que nos ensina o espiritismo?

Roger: Boa pergunta. Em minhas reflexões e segundo orientações de Hermes passei a crer que no estudo da sabedoria espiritual jamais devemos julgar os ensinamentos como certos ou errados, verdadeiros ou falsos. Acredito no conceito de verdades relativas. Por isso no livro “Universalismo Crístico – O futuro das religiões” afirmamos que a verdade é relativa, pois ela é um reflexo da percepção limitada, de cada época, de cada cultura e de cada povo. Com o avanço da consciência e compreensão espiritual dos alunos da “escola Terra”, a verdade vai se revelando de forma mais ampla, iluminando e libertando-nos de antigos preconceitos e crenças limitantes, mostrando-se de forma mais universal, tolerante e com maior clareza.

As normas religiosas e sociais do passado não estavam erradas. Eram apenas o entendimento limitado daquela época; a verdade daquele momento evolutivo de nosso mundo. Refletia a capacidade evolutiva de compreensão daquela humanidade, que era a mesma de hoje, mas que estava em sua infância espiritual. Nós estamos em constante evolução, portanto, o entendimento espiritual também deve sempre evoluir. Eis o motivo de existir do Universalismo Crístico: promover o avanço do entendimento espiritual em uma época de nossa evolução em que estamos propensos a dar rápidos saltos conscienciais.

Logo, não cabe a mim concordar nem discordar do que as religiões ensinam. Todas provém de Deus. Compete a cada um fazer essa análise, conforme o seu entendimento. Não vem ao caso eu julgar se elas estão certas ou erradas. Porém, é minha tarefa convidar todos a refletirem sobre esses ensinamentos e verificarem se aquela “verdade relativa” que creem ainda é necessária para a sua caminhada evolutiva. Ou seja, refletir se já não está na hora de analisar com mais profundidade as suas crenças e procurar ter visões mais universalistas e mais tolerantes com o pensamento do próximo, avaliando se o que acredita está de acordo com o bom senso e a lógica dos tempos atuais, sem, jamais, obviamente, afastar-se do amor, que é a única verdade absoluta que possuímos em mãos no atual estágio evolutivo de nosso mundo.

Roger Responde 041 – O despertar da consciência e o distanciamento que provoca.

041- Pergunta (27/09/2010): Desde que li o livro Universalismo Crístico a minha forma de ver o mundo mudou radicalmente. Já tinha lido vários livros espíritas e de outras religiões. Mas parecia que eles eram apenas um doce refresco para a minha alma. E assim eu ia levando a minha vida sem maiores reflexões. Como se as leituras fossem apenas novelas para eu me distrair. Mas lendo o livro Universalismo Crístico e os demais que você publicou, tudo mudou para mim. Não consigo mais ver o mundo da forma de antes. As coisas que me interessavam antes passaram a ser tão pequenas; as que me divertiam, agora parecem tão bobas. E o pior, o meu marido não está me acompanhando nessa nova forma de ver o mundo e está agindo de forma revoltada e negativa, condenando-me por eu ter mudado. Peço a ele que me acompanhe, mas ele diz que essas ideias são coisas de louco e que eu deveria pensar menos e aproveitar mais o nosso privilegiado padrão de vida. Mas não posso mais… Pouco a pouco nos distanciamos. Sinto como se fôssemos dois estranhos sem sintonia alguma. O que você pode me dizer para me ajudar? Estou muito aflita.

Roger: A pergunta dessa semana é de cunho pessoal. No entanto, devido ao significativo números de e-mails que tenho recebido com essa mesma questão, resolvi respondê-lo de forma geral, porque talvez atenda a necessidade de outras pessoas que estejam passando pelo mesma situação, mas que sintam receio em se expor. Os nossos livros tem realmente uma proposta diferenciada que é percebida por “aqueles que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir”, como disse-nos Jesus. Eles vão muito além de histórias românticas e despretensiosas. O caráter reflexivo da mensagem coordenada por Hermes, abre novos horizontes, provocando o despertamento daqueles que estão prontos e somente aguardavam que o “gatilho” em suas consciências fosse destravado. Infelizmente nossos cônjuges muitas vezes não estão preparados para essa súbita ampliação da consciência, provocando desentendimentos e a perda da afinidade do casal.

A partir dessa situação, podemos entender, então, o que Jesus desejava dizer quando afirmou: “Vim para lançar fogo a Terra; e que é o que desejo senão que ele se acenda?… Julgais que eu tenha vindo trazer paz à Terra? Não, eu vos afirmo; ao contrário, vim trazer a divisão. (LUCAS, cap. XII, vv. 49 a 51.)” A divisão é a natural separação entre aqueles que compreendem a nova revelação e aqueles que desejam manter-se escravizados ao velho estilo de vida, materialista e alienante. Mas no futuro todos se congraçarão na mudança, assim como ocorre hoje em dia com a mensagem de amor universal de Jesus, que, independente das religiões, tornou-se exemplo de civilidade entre os homens. E isso é mais comum do que se pensa. Inclusive, justamente no livro Universalismo Crístico, isso é relatado. O pai do iluminado Rafael desperta logo no início da obra, mas a sua mãe mantém-se na cegueira espiritual, até o momento final do livro, quando também sofre um maravilhoso insight e liberta-se da ignorância espiritual.

Mesmo sendo assim, não podemos condenar o cônjuge que mantém-se irredutível em seu processo de mudança. Lembrem-se que quando o casamento ou a união ocorreu, pensávamos como ele, e por isso aceitamos o projeto de vida em comum. Logo, condená-lo agora por não aceitar uma mudança que ainda não compreende, é injusto. Devemos respeitar o tempo das pessoas. Almas despertam de dentro para fora, e não ao contrário. Nada faz-nos mudar, a não ser uma revelação interna, a partir de nossas experiências acumuladas no decorrer do tempo, e em seu devido tempo. Um fruto não pode ser colhido antes de amadurecer.

Cabe a aquele que despertou, portanto, decidir, se deseja aguardar um despertamento futuro do cônjuge, trabalhando silenciosamente para isso, ou então optar por seguir sua trilha evolutiva por outros caminhos. Na minha opinião, o casamento não é indissolúvel. Quando as almas se separam por um significativo período, distanciando-se definitivamente, sem sintonia de ideais e sem afinidade, é porque o casamento já acabou. Mas deve permanecer sempre o afeto e o amor mútuo, principalmente se existirem filhos que sejam frutos dessa união.