205 – Pergunta (18/11/2013): Roger, ultimamente, em minhas reflexões, muito tem me incomodado o valor dado ao consumo em nossa sociedade. As pessoas se preocupam muito com o “ter” em detrimento do “ser” e isso leva a uma série de distorções como o desperdício e a inversão de valores. Atendendo aos apelos de marketing e ao “efeito manada”, vai-se comprando coisas sem uma real reflexão se aquilo é realmente necessário, muitas vezes, apenas para ostentar um status social que, em nossa sociedade, parece ser o que efetivamente determina o valor de uma pessoa, numa completa inversão de valores. Em alguns casos, as pessoas aceitam até mesmo contrair dívidas simplesmente para a manutenção desse status social. E como o “ter” é sobrevalorizado, o “ser” vai ficando esquecido… Justamente o que deveria a ser a nossa principal motivação para a vida, que é buscar a nossa evolução, vai sendo deixado de lado. Além disso, não se leva em conta toda a cadeia produtiva envolvida para a fabricação dos itens de consumo e o seu impacto ambiental. Da mesma forma, não nos damos conta de quanto desperdiçamos de alimentos, de energia, de água, de embalagens… Não nos perguntamos no dia-a-dia se o que estamos comprando é realmente necessário ou se vai virar apenas mais um item acumulado em nossos lares, a ser desperdiçado no futuro. Não cuidamos para que os alimentos que compramos e preparamos sejam efetivamente consumidos. Enfim, em última análise, será que estamos cuidando bem dos recursos materiais que o Pai colocou sob a nossa responsabilidade? Nesse contexto, gostaria que você nos falasse sobre a importância do consumo consciente.
Roger: Em nosso livro mais recente, “Universalismo Crístico Avançado”, falamos em vários momentos que a missão do Universalismo Crístico vai muito além de atender às questões espirituais. O UC deve fazer parte integrante da vida humana e, através dessa ação, ajudar a construir um mundo melhor em todas as questões, inclusive nas questões ecológicas. O Universalismo Crístico é essencialmente uma ação que visa despertar as consciências da alienação em que vive. E esta questão do esquecer o “ser” para viver escravizado ao “ter” é um ponto fundamental que devemos abordar sempre em nossa mensagem.
Já falamos em outras oportunidades que o enfraquecimento das religiões no mundo tem gerado uma sociedade sem valores e voltada somente para um egoísmo exacerbado. Todos querem apenas atender aos seus interesses e perdem, dia a dia, a conexão com a sua essência. As pessoas não procuram mais ter valores e dignidade. O que importa é adquirir bens materiais e prazeres fugazes, que não agregam nada de positivo a sua personalidade, apenas torna a sua vida desprovida de sentido ainda mais vazia. O Universalismo Crístico precisa tornar-se com urgência um instrumento de conscientização e formação moral da sociedade do terceiro milênio, antes que seja tarde demais e mergulhemos em uma situação de total desequilíbrio social da humanidade. Uma civilização egoísta e sem valores está a um passo da guerra e da destruição. A luta pelo interesse próprio, em detrimento do coletivo, leva inevitavelmente a conflitos, morte e destruição.
Esperamos desenvolver os conceitos do Universalismo Crístico de forma mais ampla possível, atendendo a este urgente resgate dos valores espirituais e humanos e, também, trazendo uma verdadeira consciência sobre a importância de construirmos, juntos, um mundo harmônico e em equilíbrio com a natureza. Sem amor, autoconhecimento e entender e aceitar os nossos semelhantes torna-se difícil vivermos em equilíbrio com a grande família humana. E se mantivermos esta visão egoísta e consumista, sem responsabilidade com o próximo e com a natureza, certamente teremos grandes problemas para o futuro.
O homem precisa conscientizar-se de que deve abandonar o seu ego, que exige “ter” tudo para si e voltar-se para o seu “eu superior” procurando realizar-se internamente e libertar-se dessa “carência afetivo consumista” que o atormenta. Para aquele que não se realizou internamente, o desejo de encontrar “fora” o que deveria encontrar “dentro” não cessa jamais; tornando-o um eterno insatisfeito que terminará os seus dias amargurado com a vida e em profunda depressão.
Ótima resposta, parabéns!
Na verdade foram as próprias religiões um dos principais fatores de hoje o homem estar
sendo consumido pelo próprio exagero do consumo.
Iludiram, enganaram, roubaram, torturaram, queimaram…criam guerras, conflitos entre si…
Hoje ligamos a TV e vemos religiões dando um telefone para receber uma oração, onde
o custo da ligação é para o salário deles. Puro comércio !
Então a maioria pensa que comprar, curtir a vida, ter,….é melhor que viver sendo enganado,… viver uma vida cheia de dogmas, repreensões e ainda escutar os discursos
de homens ora vestidos de batina e ouro, ora de homens de terno e gravata
que possui uma rede de TV, mansões e carros importados somando aos seus escândalos.
Esta provado que religião não muda o homem, não o conserta .
Apenas o esforço interior para mudar a sua Moral será a sua ascenção ao Amor !
Obrigado pela resposta!