Roger Responde 138 – Realizar missões em situações adversas.

138 – Pergunta (06/08/2012): Boa noite Roger! Eu já li alguns de seus livros. Acho que você foi corajoso por expor-se tanto, contando sobre seus erros passados e o admiro por isso. Atualmente estou lendo “Universalismo Crístico – O Futuro das Religiões”. Para mim o que o Rafael diz é algo fácil de entender, mas até agora durante a leitura, tive uma reflexão: e se Rafael ao invés de ter reencarnado numa família bem estruturada financeiramente e moralmente, ele tivesse nascido numa favela com uma família desestruturada, como seria? Ele demonstra ser um espírito iluminado, com elevado grau de conhecimento para levar adiante a sua missão de preparar o terreno para o surgimento de alguém com uma missão maior ainda (Gabriel??), mas será que vivendo aqui na Terra numa situação adversa como a maioria dos seres humanos vive, ele teria disposição e ânimo para encarar um trabalho tão difícil?

Roger: Creio que a condição social e financeira não seja empecilho para a realização de uma missão. Espíritos encarregados de reencarnar e realizar tarefas de conscientização da humanidade geralmente executam com êxito as suas missões independente da situação. Francisco de Assis era rico e abandonou tudo para viver na pobreza e realizar aquilo a que se propôs. E temos aqui mesmo no Brasil, recentemente, um grande exemplo nesse sentido. Chico Xavier nasceu em família muito pobre, perdeu a sua querida mãe cedo, sofreu maus tratos na infância e, mesmo com todas essas adversidades, realizou uma das mais impressionantes missões de esclarecimento espiritual da história de nossa humanidade. Espíritos com a característica de Rafael, descrito em nosso livro “Universalismo Crístico – O Futuro das Religiões”, possuem um caráter inquebrantável. Nada os impede de atingirem os seus objetivos, quer nascendo em uma família rica ou em meio a uma favela controlada por traficantes.

O nosso novo livro “Universalismo Crístico Avançado” que será lançado em setembro, entre diversos outros temas, aborda a importante questão da caridade assistencialista versus a caridade que promove o desenvolvimento humano, que é, também, indiretamente, tema desta pergunta. Neste novo livro, o leitor terá mais de 400 páginas que abordarão os temas fundamentais das propostas futuras do U.C., entre elas, esta questão especifica, no capítulo 15.

Neste capítulo, o leitor perceberá que a verdadeira caridade ensinada por Jesus não foi a de “dar o pão” sem trabalho, mas, sim, a dos valores espirituais e de estimular e educar para o esforço próprio. O grande Mestre sempre trabalhou nos locais onde ficou hospedado por mais tempo, com o objetivo de não se tornar um peso para aqueles que o acolhiam com carinho e amor. É dessa forma que devemos nos portar. Ficarmos dependentes da esmola alheia, sem procurar trabalhar e evoluir, não é uma atitude virtuosa. Quando Jesus estimulava a caridade assistencialista é porque o cenário de miséria em que se encontravam os pobres da época era tão grande e caótico que não lhe permitia alternativa. Hoje, os tempos são outros. Temos que criar ações que estimulem a inclusão social dos que se encontram à margem da sociedade. O assistencialismo deve ser feito somente em situações urgentes. Jamais devemos tornar essa prática uma rotina. Em vez de tratar os assistidos como incapazes, temos que estimulá-los a um gradual desenvolvimento pessoal. Devemos ensinar a pescar, e não dar o peixe… Se nós desejamos fazer um projeto de construção e avanço da humanidade, temos que ensinar os nossos irmãos a caminharem com as suas próprias pernas.

Iniciativas como o projeto Universalismo Crístico deveriam ser sempre louvadas e apoiadas por todos que têm esperança de construir um mundo melhor e mais espiritualizado. A maior ação que podemos realizar pelo bem de nossos semelhantes é dar-lhes educação e conscientização espiritual. E isso nós só conseguiremos com ações concretas, organizadas e realizadas de forma profissional. É necessário ensinar a pescar em vez de dar o peixe! A caridade ainda está muito focada no assistencialismo, porque é mais fácil “dar o peixe” do que se envolver e se comprometer a ajudar projetos de conscientização espiritual e, assim, realizar a verdadeira beneficência, que consiste em “ensinar a pescar”. Precisamos mudar esse cenário arraigado em nossa cultura por séculos! O assistencialismo é uma solução cômoda para quem realiza a caridade, porém termina causando mais prejuízos do que benefícios a quem o recebe.

É necessária a fortificação do caráter individual, através de eficientes modelos educacionais, e não o simples incentivo e louvor a toda espécie de assistencialismo. Temos que ter bom senso para avaliar em qual momento é realmente urgente e necessário dar o peixe, fazendo-o apenas por um período determinado a fim de evitar a dependência. Nas demais situações, a melhor caridade é, sem dúvida, ensinar a pescar, permitindo assim que crianças carentes tenham condições de obter o suporte filosófico, educacional, social e espiritual para se sentirem inspirados a realizar tarefas semelhantes às relatadas nos dois livros sobre o Universalismo Crístico.

 

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