104 – Pergunta (12/12/2011): Roger, já li alguns de seus livros, sendo que o último foi o “Universalismo Crístico”, pelo qual devo parabenizá-lo e agradecê-lo, pois tal leitura me encantou de todas as formas possíveis, além de ter me levado a diversas reflexões. Fico muito feliz que pessoas como você divulguem essa nova ideia de espiritualidade; ela está sendo imprescindível para a minha formação tanto moral, quanto espiritual. Obrigada de verdade.
Mas, apesar de ter refletido sobre os temas abordados na minha última leitura, ainda tenho uma dúvida: as antigas crenças politeístas, como as da Grécia Antiga e do Egito Antigo, e até hoje, no hinduísmo, em que se acredita na existência de vários deuses, além do Deus Supremo, criador do Universo, tem algum fundamento, ou elas só simbolizaram e simbolizam uma etapa do processo evolutivo desses povos? Serviram apenas para direcionar as atitudes dos indivíduos, devido às atrocidades cometidas na sociedade; despertá-los para uma visão mais espiritual de suas vidas, ou essas “entidades” existem de fato? Pergunto isso, visto que existem religiões que ainda acreditam em vários “Deuses”, como a Wicca, o hinduísmo, e também existem, na Umbanda e Candomblé, os orixás, que auxiliam nos trabalhos espirituais e representam elementos da natureza.
Roger: Nunca existiram vários deuses. Essa é apenas uma crença da humanidade do passado devido ao seu pouco entendimento da obra do Criador. As religiões são criações humanas para tentar interpretar um Ser que está muito além de nossa compreensão. Somente em Deus encontramos a verdade absoluta. As religiões possuem verdades relativas adequadas ao seu nível de compreensão. Hoje vemos muitas crenças religiosas como infantis e ingênuas, mas há 2, 3 ou 4 mil anos atrás essa era a capacidade de entendimento dos povos que as criaram.
E eis aí o ponto central da mensagem do Universalismo Crístico: libertar as consciências desse escravismo às religiões, como se elas detivessem a verdade absoluta. As nossas crenças espirituais precisam evoluir, assim como está evoluindo a humanidade em todos os aspectos. Toda a fé deve ser raciocinada, confrontada com a razão. Caso não se sustente, deve ser descartada.
Os deuses egípcios, gregos, etc… nada mais eram do que grandes espíritos, seres incomuns que eram divinizados para serem alvos de suas preces por dias melhores em cada segmento que aquele suposto deus atendia. Por exemplo, o próprio Hermes que é o coordenador de nossos livros, foi divinizado como Toth no antigo Egito, o deus da escrita e da sabedoria, devido a incrível contribuição que ele deu nesse sentido ao Egito durante o início do período dinástico. Imhotep recebeu um magnífico templo como deus da medicina, por suas contribuições nessa área. Visitamos esse interessante templo em julho e visitaremos novamente na próxima viagem ao Egito com leitores em maio de 2012. E assim, sucessivamente, com todas as crenças religiosas do passado. Vejam que até Jesus foi idolatrado como Deus pela igreja cristã primitiva. Hoje sabemos, que tratam-se somente de espíritos com notável evolução, criaturas, assim como nós, e não o próprio Espírito Criador, Único e Eterno, sem principio e nem fim.
Todos fomos criados iguais, simples e ignorantes, por Deus. A infinita caminhada evolutiva que percorrermos, utilizando-nos de nosso livre arbítrio, é que nos transformará em espíritos ascensionados. E quando estivermos atuando em nome de Deus entre povos primitivos, no futuro, talvez até em outros mundos, seremos vistos como “deuses” por esses povos e junto a isso surgirá toda uma carga de superstições e teorias milagrosas, como é natural em mentes primárias.