057 – Pergunta (17/01/2011): Primeiramente, gostaria de dar parabéns pelo livro Atlântida no Reino das Trevas… Como sempre, muitas conexões feitas e dúvidas tiradas… e melhor ainda… novos questionamentos surgiram… No final de Atlântida no Reino das Trevas, vocês escrevem: “O Espírito Criador, em sua Mente Suprema, consegue prever com exatidão as ações de seus filhos com milênios de antecedência, apenas analisando seu perfil psicológico. Para Deus, o mistério absolutamente não existe.” Temos nosso livre arbítrio, mas se Deus sabe como tudo vai acontecer, a espiritualidade maior, os espíritos mais elevados, devem também ter consciência disso tudo… então por que alguns “fracassos” não puderam ser evitados? Como no caso da tentativa de Akhenaton em implantar a crença de um único Deus. Se existe uma previsão, por que tantas guerras? tantos desastres? Não poderíamos evitar isso? Gostaria que você falasse mais a respeito do livre arbítrio, fiquei um pouco confusa, porque no fundo parece que não temos tanta liberdade assim, já que tudo já está previsto.
Eu tenho uma pergunta para você, e vi que estava apurado em suas viagens, vou coloca-la aqui novamente se você puder me responder: é sobre o livre-arbítrio. No Atlântida vol2, você fala sobre ele e como Deus conhece seus filhos amados. Como “funciona” então o livre-arbítrio? Uma vez que temos uma missão, um comprometimento com a vida e conosco mesmo o livre arbítrio permite que escolhamos as atitudes e ações no caminho, mas o caminho já está traçado? Seria assim que ele age em nossas vidas?
Roger: Essa questão realmente é um pouco complicada. Vamos tentar colocar de forma clara e objetiva. O livre-arbítrio, ou seja, a liberdade de escolha, é um direito fundamental de todos os filhos de Deus. A escolha de nossos próprios caminhos, ou seja, tomarmos as nossas próprias decisões, é que nos caracteriza como verdadeiros filhos de Deus, e não apenas robôs autômatos, que agem segundo a vontade da Mente Suprema de Deus. A beleza da vida está em nossa individualidade e liberdade de decisão, independente das consequências. Espíritos que já se iluminaram, sentem-se realizados através dessa liberdade e conquista, já os que ainda se encontram na estrada da imperfeição, por sua limitada consciência, terminam semeando o caos durante a sua caminhada evolutiva, causando distúrbios nos projetos de luz, que terminam ocasionando fracassos.A nossa imperfeição espiritual faz com que tomemos decisões equivocadas, mas que nos levam ao aprendizado. E Deus não está preocupado com resultados imediatos, mas sim com o proveito que tomamos da lição ensinada pela vida. Para o Criador, a “aprovação” no final do período de aprendizagem só tem real valor se realmente tivermos evoluído, ou seja, aprendido a lição necessária em nosso momento evolutivo.
Mas, então, como Deus sabe tudo de antemão, com milênios de antecedência? Veja, estamos falando de uma Inteligência incompreensível a nossa natureza de espíritos ainda imperfeitos. Falar de Deus, sempre é um desafio. Como analisar um Ser que jamais foi criado, que sempre existiu? A nossa mente mal consegue refletir sobre algo que jamais teve um princípio, quanto mais entender a Inteligência Suprema e sua capacidade de análise psicológica do comportamento de seus filhos no transcorrer dos milênios. Analisando os nossos filhos na infância, devido a convivência diária, podemos perceber quais serão suas inclinações futuras na vida adulta. Mesmo assim erramos muitas vezes… Já o Espírito Criador consegue avaliar-nos por centenas de encarnações futuras, por milhares de anos, e acertar com 100% de precisão quais serão as nossas escolhas. A mente Dele é o Todo, nela residem o passado, o presente e o futuro. Em Deus não existe espaço nem tempo. E isso não é fácil de compreendermos devido aos limitados paradigmas da vida humana.
E somente o Cristo Planetário, espírito responsável pela evolução da Terra, tem acesso completo a essas informações assim tão amplas. Nem mesmo os grandes mestres da Terra, como Jesus, entre outros, tem tamanha consciência dos futuros da humanidade e das individualidades das consciências que evoluem na Terra. Portanto, trabalham com esperança no futuro, realizando os projetos que, quando são falhos, mesmo assim oferecem importante aprendizado para a humanidade como um todo. O fracasso de implantar o monoteísmo na Terra, realizado por Akhenaton, que narramos no livro “Akhenaton – A revolução espiritual do antigo Egito”, não foi uma perda, mas sim uma necessária escola para os espíritos que evoluíam em nosso mundo naquele período. Talvez se o projeto de Akhenaton tivesse dado certo, sem a humanidade ter os reais valores para compreender a sua mensagem, teríamos problemas futuros nos estágios seguintes da evolução coletiva de nosso planeta, assim como acontece quando um aluno é aprovado para o nível seguinte em sua escola sem ter aprendido adequadamente a matéria.