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Roger Responde 199 – Quem criou o mal? Se nós nascemos de Deus, que é só bondade e amor, de onde surgiu o mal?

199 – Pergunta (07/10/2013): Prezado Roger, venho alguns dias questionando-me a respeito de um assunto que muito me intriga. Deus na criação dos espíritos os fez simples e ignorantes, ou seja, sem ciência de nada, como está escrito no livro dos espíritos. Esses espíritos também tinham o livre-arbítrio, como temos hoje, porém como um espirito criado por Deus pode no inicio de sua jornada evolutiva optar, através do livre-arbítrio, o caminho do mal se o mesmo nem existia, uma vez que no princípio havia só Deus e sendo ele só bondade e amor não poderia ter criado o mal? E mais, se foi o homem quem criou o mal ele não poderia ter saído de Deus que é um ser perfeito e só faz o bem. Mas o mal existe… É um fato, então quem o criou?! Ou será que a maldade não existe, talvez seja apenas nosso estado evolutivo que não permite ver as coisas como ela realmente são… Desculpe-me pelo tamanho da pergunta, é que as duvidas foram aparecendo enquanto escrevia. Responda-me se puder e quiser. Grande abraço e fique com Deus.

Roger: Querido amigo, o mal não existe. Ele é apenas a ausência do Bem. Assim como a escuridão se trata apenas da ausência de luz. Deus não criou o mal, mas ele passa a se manifestar quando ocorre a falta do bem e do amor. Logo, o mal não é criação divina, mas sim um subproduto da imaturidade espiritual dos filhos de Deus em seus primeiros estágios de evolução. O ato de andar de bicicleta não preconcebe a queda do ciclista, mas a imperícia deste em dirigir a bicicleta pode ocasionar a queda.

Em geral temos aquela visão de duas grandes e poderosas facções: os agentes do Bem e do Mal. No entanto, só existe o Bem e um grupo de espíritos rebeldes, que mesmo sendo poderosos, são apenas almas em provisória desarmonia com a criação de Deus, que leva inevitavelmente ao Bem e ao Amor. Só que nós, por ainda estarmos limitados à precária consciência da vida física, vemos o mal como uma força gigantesca. Mas o mal não é forte por si só. Ele precisa de dois elementos para vencer-nos: o nosso medo e a nossa imperfeição moral. Até os poderosos magos negros sabem disso. Eles só se aproveitam da ignorância do homem comum para imporem-se.

O maior mal (e mais poderoso de todos) é apenas a nossa ignorância, que nos leva ao erro, sendo que errando prejudicamos a nossa caminhada para a mais breve felicidade. Aos olhos de Deus, o mal do homem é algo inofensivo que serve apenas como mecanismo de despertamento para o próprio homem. Nunca existiu uma guerra épica entre o Bem e o Mal. O homem que acredita existir essa batalha dual, por ser ainda pequeno demais para compreender a magnitude de Deus, que foi, é e sempre será Único e Soberano.

As forças do mal que tememos são apenas o medo do desconhecido e do fruto de nossas próprias imperfeições, que geralmente apontamos como resultado da ação dos agentes das trevas. Naquela tentativa tão comum de colocar a responsabilidade de nossos erros e atos na ação dos outros, em vez de assumirmos a nossa responsabilidade de nos autoconhecermos e nos tornarmos pessoas melhores. Todo o Bem e o Mal moram dentro de nossa própria mente e coração. O Bem é a plenitude de Deus. O Mal é a ilusão que construímos devido a nossa ignorância e imperfeição. Um é Luz, o outro é ausência dela.

 

Roger Responde 109 – Como um ex-mago negro pode ser um espírito protetor?

109 – Pergunta (16/01/2012): Sobre Ramiro, seu guia protetor nessa encarnação, você disse que ele foi Ryu na encarnação em Atlântida. Tendo sido um mago negro, responsável por tantos erros juntamente com você, as gêmeas e com Arnach, ele está hoje numa posição de “espírito protetor” e não reencarnado para dar sua contribuição para o bem assim como você, Arnach e as gêmeas? Por quê?

Roger: Espírito protetor ou anjo da guarda não são espíritos evoluídos. São almas na mesma condição evolutiva de seus afilhados. Mentor espiritual que é um ser iluminado. Hermes é meu mentor, e só está junto a mim nos momentos de trabalho. Já Ramiro é meu guia espiritual que me acompanha a todo instante para proteger-me e auxiliar-me dentro de suas limitações. E ele ainda tem muito a evoluir também. Nesse devido momento ele não está encarnado porque está me dando suporte do plano espiritual. Assim como já exerci a posição de guia dele em outros momentos em que ele esteve na matéria.

Além do mais, os leitores precisa contextualizar no tempo os acontecimentos da Atlântida. Esses fatos ocorreram há 12 mil anos. Nesse período muita coisa aconteceu. Paulo de Tarso era um assassino de crianças antes de converter-se ao Cristianismo na estrada para Damasco, e isso ocorreu há apenas 2 mil anos, um tempo seis vezes menor, e mesmo nesse curo período Paulo de Tarso hoje em dia é uma alma santificada, tanto no mundo material como no plano físico.

Quando narrarmos a história de Jesus, o leitor poderá perceber que os apóstolos estavam longe de ser santos. Alguns eram até bem egoístas. Eram pessoas como nós, com seus erros e acertos. O que os santificou foi sua determinação em trazer uma nova verdade, a qual tiveram que aprender a viver integralmente nos séculos futuros. Muitos deles reencarnaram por várias vezes após a implantação do Cristianismo. As pessoas rezavam para eles nas Igrejas, mas eles estavam pelo mundo, aperfeiçoando as suas almas e alguns até ainda oscilando bastante entre o Bem e o Mal.

É fácil santificarmos pessoas que nem conhecemos intimamente e que já não estão mais aqui para avaliarmos seu comportamento no dia a dia. Ao passo que demonizamos criaturas esforçadas na busca do Bem somente por convivermos diretamente com elas e percebermos suas atitudes naturalmente humanas, mas que não desmerecem o seu esforço em busca da Luz. Como disse Jesus: “nenhum profeta é reconhecido em sua terra”. E o ditado popular nos diz: “santo de casa não faz milagre”.