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Roger Responde 269 – Jesus evoluiu em linha reta ou cometeu deslizes em sua jornada como todos nós?

269 – Pergunta (25/05/2015):  Bom dia, no livro O consolador pelo Espírito: EMMANUEL, médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, consta a seguinte pergunta: 243 –Todos os Espíritos que passaram pela Terra tiveram as mesmas características evolutivas, no que se refere ao problema da dor? -Todas as entidades espirituais encarnadas no orbe terrestre são Espíritos que se resgatam ou aprendem nas experiências humanas, após as quedas do passado, com exceção de Jesus-Cristo, fundamento de toda a verdade neste mundo, cuja evolução se verificou em linha reta para Deus, e em cujas mãos angélicas repousa o governo espiritual do planeta, desde os seus primórdios. Mas segundo Ramatis, Jesus não evoluiu em linha reta…. Então como entender estas divergências entre estas informações?

Roger: Querido amigo, as nossas paixões e crenças muitas vezes nos pregam peças… o excesso de religiosidade, em algumas vezes, é prejudicial, porque faz com que terminemos endeusando criaturas, enquanto somente o Criador deve ser visto na condição de absoluta e perfeita divindade. Jesus foi o espírito mais excelso a pisar no solo deste nosso mundo, mas não podemos negar que há milhões de anos, em outros mundos, ele realizou a sua jornada evolutiva, assim como nós, entre erros e acertos, até obter o discernimento necessário para atingir o seu estado de plenitude para os padrões espirituais da Terra. Considerar Jesus a personificação de Deus é um erro tremendo. Jesus está a milhões de quilômetros de distância Deus, e nós estamos a bilhões de quilômetros de distância. Esta é uma metáfora que demonstra a distância que estamos de Deus e de Jesus.

Jesus não evoluiu em “linha reta” para Deus, caso fosse assim, ele não conheceria as agruras e dificuldades do pecado, para ser tão misericordioso e compreensivo com as falhas de seus irmãos menores. Quem nascesse na condição de anjo, desconheceria as dificuldades do caminho, e, portanto, não teria credenciais para estar em tão alto patamar. Por isso somos categóricos em afirmar: a classe dos anjos não existe. Anjos são os espíritos comuns, que devido a sua longa jornada pelo caminho da luz, terminam por alcançar este título. Nada mais que uma evolução tão darwinista quanto a evolução das espécies de nosso mundo, que não foi criado por Deus em sete dias, mas em 4,5 bilhões de anos, através de um lento processo de aperfeiçoamento das espécies, desde seres unicelulares até o homem. O tempo não é nada para Deus. E existem infinitas escolas como a Terra por todo o Universo. Não há porque ter pressa na formação de novos mundos.

A excessiva adoração religiosa dos homens, fez com que perdessem a dimensão das coisas. Da mesma forma que o homem achava que a Terra era o centro do Universo e hoje compreende que o nosso mundo é apenas um pequeno planeta em uma das infindáveis galáxias do Universo, assim temos que analisar a distância que nos separa de Deus. O Espírito Criador é infinitamente maior que qualquer um de nós, inclusive Jesus. E o grande mestre Jesus pode ter evoluído de forma “mais reta” que todos nós, mas certamente também cometeu erros e enganos que são naturais a todo aquele que está peregrinando da ignorância para a plenitude da consciência.

Roger Responde 263 – Jesus existiu? A história de Jesus e suas “coincidências” com a mensagem de outros avatares, tais como concepção virginal, subir aos céus com seu corpo…

263 – Pergunta (16/03/2015):  Olá, Roger! Esta noite acordei (acho que foi por volta das 4h00) com um pensamento estranho. Tipo, como o Brasil está sendo manipulado pela mídia no caso Petrobrás e as verdadeiras intenções por trás disso tudo… Hoje vejo no Facebook (Compartilhei) um post sobre as misteriosas mortes dos 3 jornalistas americanos que estavam investigando o envolvimento do governo no 11 de setembro e junto à postagem tinham outras referindo-se ao assunto e o vídeo (parte 1/3) ZEITGEIST!

Já conhecias este vídeo?? Fala de como estamos sendo manipulados (até aí nenhuma novidade) desde sempre, inclusive (e aí que confundiu) na História de Jesus… Inicia por volta dos 15min50 do vídeo.  Fiquei intrigado com as “coincidências históricas” citadas. Algumas eu já conhecia, mas não de forma tão concreta assim! Como a Espiritualidade Reage/Enfrenta esta questão?? Conheces alguma literatura a respeito?? Abraço!!

Roger: Bom dia, querido amigo. Não vou entrar no mérito das tuas informações acima, até porque entendo-as como especulativas. Hoje em dia existe uma chuva de informações que eu considero como “teoria da conspiração”, principalmente no que diz respeito a Óvnis e “Governo Oculto do mundo”. Como se a humanidade fosse apenas vítima, e não cúmplice do sistema social em que vivemos. Ocorre uma total simbiose entre a humanidade e aquilo que tanto ela condena no mundo. Isto explicarei melhor no novo livro que estamos trabalhando.

Entretanto, escolhi esta pergunta para responder principalmente pela sua parte final…  Este documentário (Zeitgeist) afirma que Jesus não existiu e que ele foi criado pelo sistema para controlar as pessoas, através da religião etc. E eles mostram, como prova, que Jesus e os demais mestres e crenças anteriores, como Krishna, Mitra, Hórus, profeta Elias, entre outros, tiveram uma semelhança muito grande em suas histórias, desde a concepção virginal até sua subida aos céus, como encerramento de sua missão. Várias outras questões são levantadas como apenas mitos… E aí que entra a questão! Na verdade, são apenas mitos mesmo…

Apesar deste documentário usar a tática de falar três verdades e depois emendar uma crença própria, para atestar como verdade algo meramente fictício, ele também traz algumas informações coerentes. A vida de Jesus, por exemplo, foi muito modificada para atender a crença antiga de que para ser um enviado divino precisava ocorrer em sua vida acontecimentos fantásticos. Então, a farsa da concepção imaculada de Maria, Jesus caminhar sobre as águas, aplacar tempestades, ressuscitar mortos, morrer, ressuscitar e subir aos céus, tudo isto e mais um pouco, foi inventado para colocá-lo acima (ou na mesma categoria) dos antigos mestres que o precederam… Na tentativa de reforçar a figura de Jesus como o messias prometido, seus seguidores transformaram a vida do Mestre em uma farsa pouco aceitável no terceiro milênio. Como sempre, a mensagem excepcional de Jesus terminou ficando em segundo plano. As pessoas, desde sempre, mais interessadas em fatos fantásticos e fantasiosos do que na mensagem de reforma interior e autoconhecimento. Tanto que a morte na cruz foi o motor do Cristianismo por séculos, em vez de sua mensagem maravilhosa e de profundo valor moral.

Vale lembrar que até a cidade de nascimento de Jesus foi alterada com este fim. Jesus nasceu na pobre Nazaré, onde diziam na época que “nada de bom saía de lá”. Seus seguidores, então, envergonhados com a cidade natal de Jesus, aproveitaram para alterar o local de nascimento de Jesus para Belém, pois havia uma profecia anterior  afirmando que o Messias viria da cidade onde nasceu o rei Davi, ou seja, Belém. Portanto, não existiu recenseamento, nem viagem para Belém, nem manjedoura, nem visita de reis magos…

Devido a tudo isto, fica difícil saber quais feitos fantásticos Jesus realmente realizou e quais foram inventados para trazer uma aura mística à sua missão. Creio que somente no futuro, quando a humanidade estiver madura espiritualmente, teremos um livro que revele estas questões de forma integral.

Roger Responde 206 – Judas era um traidor? Jesus o persuadiu a cometer traição?

206 – Pergunta (25/11/2013): Oi Roger, frequentemente se fala em “discípulo traidor” quando se toca no nome Judas Iscariotes. Sempre relutei em admitir as teorias dele trocar a vida do Rabi por 30 moedas de ouro meramente movido por ganância pessoal, pois acho simplesmente que ele foi infantilmente iludido pelo sinédrio. Na verdade imagino que a “troca” pelas moedas se deu pela vontade de Judas em ver o Rabi materialmente como Rei da Judéia derrotando o jugo romano… Em outras palavras, Judas, como encarregado pela bolsa que continha as moedas dos apóstolos, não compreendeu que o Reino era Mental, e não deste mundo… Também gostaria que você mencionasse a passagem em que Jesus, na última ceia, confirma a um discípulo que seria alvo de traição, para cumprimento das profecias. Gostaria de saber a sua opinião a respeito destes fatos repletos de discriminação e mal entendimentos. Um abraço e aguardo seu próximo livro!!!

Roger: Como já revelamos em outras oportunidades, escreveremos no futuro uma série de livros sobre a importante missão de Jesus trazendo a mensagem do Cristo ao mundo ocidental. Certamente nesse trabalho serão desmistificados vários momentos da vida do grande mestre que foram distorcidos por tentativas, muitas vezes infantis, de divinizar Jesus através de feitos sobrenaturais, como nascer de uma virgem, andar sobre as águas, subir aos céus, criar situações que comprovavam profecias do Velho Testamento etc.

No caso de Judas Iscariotes, percebe-se facilmente que Jesus jamais o identificaria como um traidor na santa ceia. Isso seria um pré-julgamento que viria a torná-lo uma personalidade odiosa pelos séculos futuros, como realmente ocorreu. Jesus não faria isso com um irmão que lhe seguia os passos e tanto lhe amava, mesmo que ele realmente viesse a lhe trair. Este gesto seria uma negação do amor e perdão que ele ensinou-nos com tanta maestria. Jesus sabia das intenções revolucionárias de Judas, mas não interpretou o seu gesto como traição, mas sim como uma ingênua e passageira ilusão com relação aos poderes materiais.

Judas sonhava com a vitória no reino dos homens, Jesus difundia a mensagem do reino dos Céus. Judas sabia dessa diferenciação. Todavia, os prodígios que Jesus realizava poderiam libertar Israel do jugo romano. Era algo muito tentador. E aos olhos de um zelote nacionalista como ele, parecia justo e certo colocar Jesus em uma situação em que seria obrigado a impor os seus poderes sobre Roma. Por que Jesus não poderia ser líder espiritual e político, já que o reino de Deus descia sobre a Terra através das mãos de Jesus? Basta ler toda a história de Israel, desde Abraão, Isaac e Jacó para perceber que este era o grande sonho do povo hebreu desde sempre. As ambições de Judas se baseavam nas próprias profecias do Velho Testamento que difundiam a ideia de um messias guerreiro que libertaria Israel.

Infelizmente, as gerações futuras, através da Igreja, condenaram Judas de forma cruel e desumana. Esta é uma energia negativa de reprovação e ódio que pesa nos ombros deste irmão até hoje. Fala-se tanto em perdão no meio religioso, mas Judas foi julgado e condenado até os dias de hoje pela humanidade, sem perdão e benevolência. E o pior: de forma injusta. Criaram uma imagem suja e negativa de sua personalidade. Ele não traiu Jesus. Apenas desejava a glória de seu mestre perante Roma. Jamais se preocupou com as míseras moedas que lhe foram pagas (pois nunca as pediu). Judas era o discípulo mais rico de Jesus. Não precisava vender o mestre por dinheiro. Ele fez o que fez por idealismo e amor ao mestre. Tanto que depois de perceber que Jesus não revidaria ao ataque de seus algozes, cambaleou desesperado até uma árvore e nela se enforcou, decepcionado consigo mesmo e com a sua atitude equivocada.

Tudo na vida tem um propósito. Mas Judas não agiu assim sob as ordens de Jesus. O mestre jamais traria tal peso às costas de um de seus irmãos. Judas Iscariotes errou tanto como os demais discípulos, que também não eram perfeitos. O título de santo não cabe a nenhum deles. Todos eram homens normais, de bem, buscando crescer e evoluir. Mas estavam longe do absoluto e perfeito caráter de Jesus.

No início da era Cristã existiam dezenas de correntes do Cristianismo que resultaram em dezenas de Evangelhos. Cada grupo tinha uma visão e um entendimento diferenciado sobre qual foi a mensagem do Cristo trazida por intermédio de Jesus. Desta forma, o homem excepcional que foi Jesus terminou sendo comparado de forma absurda ao próprio Deus Criador, perdendo a magia pura e simples de sua missão, assim como também ocorreu com Moisés.

Roger Responde 195 – Explicação mais detalhada sobre a natureza de Jesus e o Cristo Planetário da Terra.

195 – Pergunta (09/09/2013): Roger, primeiramente muito obrigada por nos esclarecer com seus livros. O meu questionamento é a respeito de Jesus Cristo, que segundo você faz parte do Cristo planetário, e que por fazer parte do Cristo planetário teve uma trajetória diferenciada. Tenho também uma conhecida que leciona no curso da doutrina espirita e que mencionou o fato de a trajetória de Jesus Cristo ter sido linear, portanto diferente dos demais. Como isso pode ocorrer se fomos feitos da mesma forma e semelhança e estamos passiveis de errar e acertar de igual maneira? Em seu livro A Nova Era fica claro que poderá ser feito um trabalho tratando do tema Jesus Cristo e suas várias experiências, mas você tem algum prazo em vista?

Roger: Querida amiga, pelo teor da sua pergunta, posso afirmar que houve um entendimento errôneo das informações contidas em nossas obras. Em nenhum momento eu disse que “Jesus Cristo faz parte do Cristo Planetário”. Jesus é um espírito e o Cristo é outro. Nenhum “faz parte do outro”, assim como fulano não faz parte de beltrano. São dois seres independentes. O que afirmei sobre Jesus e o Cristo Planetário está claramente explicado, de forma detalhada, na pergunta número 45 do dia 25/10/2010. E de forma ainda mais aprofundada em vários de nossos 10 livros.
Além disto, não disse que “Jesus, “por fazer parte do Cristo Planetário”, teve uma trajetória diferenciada”. Como essa informação está bem clara em nossas obras, provavelmente a leitora deve ter lido em outros livros e confundido com os nossos. Afirmamos categoricamente em todos os nossos livros que Jesus passou por um processo evolutivo exatamente igual ao de todos nós. Há milhares e milhares de anos ele viveu experiências como nós, de erros e acertos, até atingir o estado de angelitude em que vive hoje, por seu próprio merecimento evolutivo.
Para bem explicar essa questão, transcrevo aqui uma das perguntas do livro A Nova Era e a resposta dada por Hermes:
“Pergunta: Algumas religiões e seitas defendem a ideia de que os arcanjos e anjos são entidades que evoluem em uma linhagem à parte, sem jamais encarnarem no mundo físico. O que dizes a respeito?
Hermes: – Caso assim fosse, Deus não seria a Suprema Justiça e Sabedoria, pois permitiria condições diferenciadas aos Seus filhos durante a jornada evolutiva. Podemos afirmar com convicção que todos os filhos do Criador seguem exatamente o mesmo processo evolutivo, passando por todos os estágios primários de despertamento espiritual, em que o espírito individualiza-se para as suas primeiras encarnações no reino chamado “hominal”. Com o despertar da razão e da emoção, o espírito inicia o seu processo de libertação dos grilhões da animalidade, estágio em que vive a Terra.
A  centelha espiritual individualizada no Cosmo surge simples e ignorante para avançar do instinto animal primitivo à conquista da razão e da emoção no mundo dos homens. Após essa vitória, procura adquirir o amor e a sabedoria espiritual para avançar ao estágio dos anjos e, por conseguinte, tornar-se a personificação de Deus, na configuração dos arcanjos, dos técnicos siderais, dos espíritos criadores, responsáveis pela evolução dos mundos do Universo.
Os espíritos iluminados sentem-se honrados por terem evoluído na matéria assim como todos os seus irmãos. Caso contrário, eles seriam tão reprováveis como aqueles que obtêm cargos públicos sem merecimento nas organizações humanas. Inclusive Jesus, o maior espírito a pisar o solo terrestre na dimensão em que viveis, muito valoriza a batalha que realizou para iluminar-se há milhares de anos, em outros mundos.”
Esta teoria da evolução linear de Jesus (citada pela leitora) teve início na época de Allan Kardec, quando um contemporâneo do codificador do espiritismo, chamado Jean Baptiste Roustaing, defendeu esta teoria de que Jesus jamais pecou. Roustaing afirmava que Jesus foi criado por Deus simples e ignorante como todos nós, só que jamais errou, ou seja, evoluiu em “linha reta”. O que é um grande absurdo. Todos nós cometemos erros no período de nossa infância espiritual. Creio que esta teoria se fundamentou pelo mesmo excesso de admiração à mensagem de Jesus que levou os cristãos tradicionais a crerem que Jesus era o próprio Deus. Outro absurdo sem tamanho. Jesus não é Deus e também não é o Cristo.
Em sua pergunta, a leitora ainda afirma: “Em seu livro A Nova Era fica claro que poderá ser feito um trabalho tratando do tema Jesus Cristo e suas várias experiências”. Mais uma vez uma avaliação confusa. O espírito do “Cristo Planetário” nunca encarnou na Terra. Ele inspirou grandes mestres como Jesus, Krishna, Buda, Zoroastro, Moisés Hermes, Maomé, Akhenaton etc… E Jesus encarnou apenas uma única vez em nosso mundo, na exclusiva personalidade de Jesus. Portanto, quando formos elaborar os relatos sobre Jesus, será sobre sua única experiência em nosso mundo. Falamos também sobre a diferença entre Jesus e o Cristo Planetário em nossos livros e nas perguntas número 15 do dia 22/03/2010 e na de número 26 do dia 14/06/2010.
No novo site que a nossa equipe está desenvolvendo, estamos elaborando uma forma de pesquisa mais eficiente para a seção “Roger Responde”, onde todos poderão realizar pesquisas e obter as respostas sobre assuntos que já abordamos, evitando, assim, que se façam perguntas repetitivas e, também, permitir que o leitor possa obter as informações de seu interesse nesse amplo banco de dados de quase 200 perguntas de leitores que respondi nestes quase quatro anos da seção “Roger Responde”.
Por fim, peço a todos que, sempre que tiverem dúvidas sobre as informações contidas em nossas obras, enviem os seus questionamentos para serem respondidos na seção Roger Responde, a exemplo do que fez a nossa amiga leitora. Isso propiciará um correto entendimento do conteúdo que divulgamos de forma a evitar interpretações equivocadas que possam causar um impacto negativo, sobretudo entre aqueles que têm uma visão ortodoxa e apegada às suas religiões, e até mesmo afastar vários leitores por classificarem negativamente o nosso trabalho.

Roger Responde 194 – Considerações sobre a morte de centenas de egípcios no golpe de estado que depôs o presidente Mursi, do partido Irmandade Muçulmana.

194 – Pergunta (02/09/2013): Roger, você que já viveu várias encarnações no Egito e esteve nesta vida duas vezes visitando a terra dos faraós (em 2011 e 2012), o que você tem a nos dizer sobre estes tristes acontecimentos das últimas semanas, onde centenas de pessoas foram mortas pelo exército que depôs o presidente Mursi? Li notícias afirmando que o “cheiro da morte” paira sobre a cidade do Cairo, devido aos corpos mortos por toda a cidade, principalmente dentro das mesquitas. Fale-nos algo a respeito! Agradeço-te desde já! Estarei sempre junto contigo na divulgação do Universalismo Crístico! Este, sem dúvida, é o caminho!

Roger: Sim, meu irmão, foi muito triste ver este insano derramamento de sangue no Egito. Ver pela televisão as mesmas ruas que visitei sendo palco de tamanha violência e ódio, em um total desrespeito à vida. Talvez o que eu diga aqui fira a sensibilidade de algumas pessoas, mas esta situação toda no Egito, como em todo Oriente Médio, é culpa do fundamentalismo religioso que insiste em atrasar o avanço destes países. Os povos muçulmanos, quando dirigidos por governos fundamentalistas,  se comportam exatamente como os cristãos da idade média. Eles são escravos de um absolutismo religioso que faz justamente o oposto daquilo que pregavam os enviados de Deus que inspiraram as suas religiões. Mestres como Jesus e Maomé trouxeram mensagens de amor e a paz, mas alguns de seus seguidores parecem demorar um tempo longo demais para compreender algo tão simples e claro. As religiões tem esse grande mal: quando se acham donas absolutas da verdade, terminam pisoteando os direitos humanos (e espirituais) daqueles que pensam diferente das suas crenças.

O exército egípcio tem sido acusado de ter realizado um golpe militar. Mas este foi um “golpe militar do bem”, pois a “Irmandade Muçulmana” ganhou as eleições, (assim como o povo brasileiro votou equivocadamente em Collor em nossa primeira eleição democrática pós-ditadura militar) e este presidente, Mursi, delegou a si próprio “amplos poderes” e planejava acabar com as liberdades individuais do povo egípcio. Caso ele não fosse deposto, em pouco tempo, o Egito, que é a nação islâmica mais aberta do mundo, estaria tão obscurecido como o Paquistão ou o Afeganistão.

Várias pessoas me perguntam sobre o que achei das viagens que fizemos ao Egito em 2011 e 2012. E respondo-lhes que, em alguns momentos, me senti muito triste lá. Na época em que lá vivi as mulheres eram respeitadas e podiam ser até mesmo soberanas, como ocorreu com Nefertiti, Hatshepsut e Cleopatra. Hoje em dia a mulher precisa andar coberta da cabeça aos pés e andar alguns passos “atrás” do marido em algumas regiões do país. As mulheres sempre devem andar lado a lado com os homens. Somos todos iguais, não importa o gênero sexual. E a depender da Irmandade Muçulmana, qualquer iniciativa de avanço na conquista dos direitos femininos deverá ser contida. Lembremos ainda dos tristes episódios de assédio sexual e estupro coletivo que têm aumentado de forma preocupante nos últimos anos. O povo é obcecado por uma religião que pouco pratica. Leem o Alcorão, mas seguem os seus ensinamentos apenas de forma exterior. Muitas mulheres turistas são intensamente assediadas por usarem “roupas ocidentais”, enquanto as mulheres muçulmanas precisam tapar-se da cabeça aos pés. Pregam uma pureza extrema, mas, quando observam a beleza de uma mulher, alguns se comportam de forma selvagem e contrária aos ensinamentos religiosos que tanto defendem. Se vangloriam de não praticar roubos, mas fazem negociatas para levar vantagens sobre os turistas desavisados, sempre que lhes é possível. Verdade que isto é algo rotineiro no mundo. Mas é um comportamento que não condiz com um povo que se considera extremamente religioso e temente a Deus.

Engana-se quem pensa que no Egito vivem os egípcios da época dos faraós. Lá já não vive mais o povo egípcio de outrora. Quem mora lá, hoje, são árabes que invadiram e conquistaram a terra dos faraós centenas de anos atrás. O povo egípcio deixou de existir. Assim como nós não somos brasileiros originais. Somos descendentes de portugueses e outros povos europeus que dizimaram os verdadeiros brasileiros: os indígenas.

Portanto, não existe ligação nenhuma dos habitantes do Egito de hoje com a cultura dos antigos faraós. Os elementos culturais e religiosos do Egito antigo pouco representam para os habitantes atuais do Egito, já que esses elementos não fazem parte da religião islâmica, que é amplamente seguida em todo país. Caso o turismo não fosse uma rica fonte de renda para eles, acredito que as estátuas e templos, que tanto extasiam os turistas, estariam ainda menos preservadas. Lembremos o episódio em que o Taleban destruiu as estátuas de Buda no Afeganistão, em março de 2001, alegando serem “imagens blasfemas”. Claro que isso não é uma generalização. Existem muitas pessoas esclarecidas e de Bem no Egito e nos demais povos muçulmanos. Mas a sociedade, infelizmente, ainda é controlada por estes fundamentalistas religiosos que instigam os seus adeptos a afrontarem o exército com a própria vida, para que através de seu derramamento de sangue sensibilizem a opinião pública mundial para que esta fique contra o exército e a favor de suas ideias, com o objetivo (ilusório) de que seu presidente seja reconduzido ao poder. O desrespeito à vida desses religiosos é algo estarrecedor. E seu comportamento, esperando um lugar especial no Céu de Alá, certamente não será premiado. Somente o amor e as virtudes nos levam ao Céu. Matanças e sacrifícios religiosos absurdos nos levam a outro lugar…

Tenho recebido, também, vários e-mails questionando-me quando faremos uma nova viagem ao Egito. Isto provavelmente vai demorar muito tempo, por todos os motivos expostos acima. Num cenário normal, já é difícil se estabelecer uma conexão espiritual com o Egito glorioso do passado por causa do assédio dos vendedores, que têm no turismo a sua principal fonte de renda. Imaginem agora como se encontram as milhares de famílias que passam fome pela queda do turismo, como ocorre na região de Luxor, que vive basicamente desta fonte de renda? Uma viagem ao Egito nesta conjuntura é totalmente inviável.

A nossa próxima viagem será para a Terra Santa, em Israel, em julho de 2014, na segunda quinzena, após a copa do mundo. Visitaremos principalmente os locais do “Jesus vivo”. A bela Galiléia, Cafarnaum, Cesaréia, Nazaré, monte Carmelo, Tabor, Qunran, o mar Morto, Monte das Oliveiras entre outros maravilhosos lugares pelos quais Jesus passou. Ou seja: os locais onde Jesus nos trouxe a mais bela das mensagens. Visitaremos em Jerusalém as igrejas mais importantes e a “via crucis”, mas não daremos atenção aos roteiros ditos “religiosos” e de procissão religiosa. Não focaremos no “Jesus Crucificado” das Igrejas. O Universalismo Crístico acredita no “Jesus Vivo” que trouxe os seus ensinamentos iluminados no monte das Bem Aventuranças, e não neste das religiões, focado no sacrifício e na ressurreição, que, na verdade, nunca ocorreu.

E, como as demais viagens do UC, esta será de integração dos simpatizantes do Universalismo Crístico, sem misticismos e dogmas. Apenas de espiritualidade, meditação, amizade, alegria e turismo. No momento estamos tratando com agências de turismo especializadas nesta região. Devemos começar a divulgar e trazer maiores detalhes perto do Natal. Aqueles que tiverem interesse já comecem a planejar as suas férias no trabalho, planejamento familiar etc.

Roger Responde 188 – O livro “Cartas de Cristo” é autêntico? Jesus foi um rebelde ou um mestre incapaz de errar?

188 – Pergunta (22/07/2013): Roger, quando você esteve em Caxias lhe fiz a pergunta. Nós estamos estudando as Cartas de Cristo buscadas na internet. Diante de dúvidas sobre sua autenticidade, gostaria de receber sua palavra. Se for autêntica, porque não está inserida dentro do U.C? Se não for, qual sua origem e como devemos proceder?

Minha duvida é sobre quem realmente foi a pessoa de Jesus, descrita como um Mestre Ascencionado incapaz de errar como descrito no livro o Sublime Peregrino de Ramatis ,ou como o descrito no livro Cartas de Cristo como uma pessoa comum, um rebelde, até a iluminação no deserto e ainda assim sujeito a deslizes como amaldiçoar uma figueira sem frutos fora de época?

Roger: Para estas perguntas é bem difícil dar uma resposta precisa. Conforme já afirmamos em outras respostas, a captação mediúnica depende muito das crenças do médium, tanto espirituais como morais e da própria vida como um todo. A médium que captou esses textos que foram chamados de “Cartas de Cristo” foi freira por vários anos e escreveu estas cartas com oitenta anos de idade. Certamente alguns detalhes são interpretações e crenças pessoais dela, de acordo com a sua vivência religiosa e também época em que viveu.

Entretanto, o interessante é o conteúdo, a essência geral do texto, que mostra uma afinidade muito grande com a visão do Universalismo Crístico e principalmente com as ideias centrais do diálogo com Jesus que é narrado no último capítulo de nosso livro “Universalismo Crístico Avançado”. Nessa essência podemos ver que a médium realmente captou a mensagem crística, mas claro que, em alguns pontos, não conseguiu converter com precisão a linguagem espiritual de Jesus para a linguagem humana limitada em que vivemos. Não é fácil interpretar e captar a mente de um espírito do quilate de Jesus.

Creio ser este livro muito positivo. Mas como em todos os livros que lemos, jamais devemos nos “prender a letra que mata, mas sim ao espírito que vivifica”. Ou seja, ler a essência, absorvê-la, e não nos prendermos a detalhes que julgarmos duvidosos, se assim o constatarmos. Nenhum livro (muito menos a Biblia) deve ser lido ao “pé da letra”. Este é um erro infantil. Não devemos abraçar “literalmente” as crenças de quem quer seja. Nem mesmo as crenças atribuídas a Jesus. Mesmo porque nenhum livro até hoje descreveu de forma verdadeira e perfeita os seus mais profundos ensinamentos. Eis o motivo de ser este um projeto que estamos adiando por vários anos. Hermes quer que as minhas crenças pessoais influam o mínimo possível neste precioso conjunto de livros que escreveremos sobre o Grande Mestre.

Jesus teve uma infância, adolescência e juventude normais. Não era um ser perfeito sem erro algum e também não era um rebelde sem causa, como retratado no livro “Cartas de Cristo”. Ele possuía uma índole e sabedoria notáveis, mas não tinha consciência plena de tudo e todos, como se tivesse “superpoderes”. Somente quando a “pomba do espírito santo” desceu sobre a sua cabeça, durante o seu batismo, é que ele estabeleceu uma conexão mediúnica absoluta com o “Cristo Planetário da Terra” levando-o a tornar-se a personalidade mais marcante da história do mundo ocidental.

E sobre o livro “Cartas de Cristo” estar inserido dentro do UC. Não é a nossa função ficar divulgando quais livros ou leituras cada um deve fazer. Isto é algo que cabe a cada um analisar. Nós temos a função de libertar consciências, e não a de ficar defendendo e divulgando esta ou aquela leitura. Cada um vai saber o que deve ler a partir do amadurecimento que obtenha após ler as obras que publicamos. Existe uma seção no site que se chama “Sintonia UC”. Mas ali são mencionados autores que a equipe do UC identifica como uma mensagem ligada ao Universalismo Crístico ou que cita diretamente o UC. Apenas isso.

 

Roger Responde 147 – Como adquirir a pureza das crianças?

147 – Pergunta (08/10/2012): Sabemos que na passagem da vida de Jesus quando ele diz “Deixai vir a mim as criancinhas, pois delas é o Reino dos Céus” ele quis dizer que devemos ter a pureza das crianças para alcançar as esferas divinas de Luz. Mas como conseguir pensar e viver de forma lúdica quando vivemos numa sociedade predominantemente maliciosa, competitiva e que prega valores morais deturpados, seja na mídia, no trabalho, entre amigos e às vezes até mesmo no ambiente familiar? De onde tirar forças para “remar contra a maré”? Como adquirir a pureza das crianças?

Roger: Jesus, nesta sua sábia colocação, desejou fazer-nos ver que para ingressarmos em um estado de consciência espiritual superior, deveríamos nos assemelhar as crianças, no que diz respeito a sua pureza, sinceridade e natural prática dos bons valores. O mestre sempre demonstrou repúdio à hipocrisia da sociedade em que vivia, principalmente no que dizia respeito à religião de seu povo na época, em que “coavam um mosquito, mas engoliam um camelo”.

Porém, devemos ter a pureza das crianças com a maturidade dos sábios. A nossa revolta com o meio é fruto de nossa imaturidade. Esse é o comportamento de “crianças” que devemos extinguir de nossos corações. Evoluir significa manter a pureza e a sinceridade das crianças, mas sem ter atitudes imaturas frente a um mundo que ainda se encontra distanciado da mensagem crística. Devemos lutar pela mudança do mundo, mas com equilíbrio e bom senso, mesmo quando somos levados ao extremo de nossa tolerância. Esta é uma mensagem para todos nós.

E o fato de o mundo ser malicioso, competitivo e pregar valores morais deturpados não deve necessariamente nos afetar. Nós é que permitimos que nos afete, por nossa própria insegurança sobre o ideal de vida que abraçamos. Devemos trabalhar pela mudança do comportamento humano de forma geral, mas nas questões especificas devemos demonstrar a nossa sólida posição espiritual e tolerar a incoerência do mundo ao nosso redor, com respeito e paciência.  Por exemplo, lutar contra a intolerância humana, mas ser amoroso, atencioso e procurar educar o individuo intolerante que cruza o nosso caminho.

O exemplo de Chico Xavier nesse sentido é bem interessante. Sempre demonstrou as suas posições a respeito dos temas da vida com convicção, mas reagia com brandura e tolerância às adversidades que se apresentavam. Evitou sempre que pode ataques e atitudes negativas. Na semana passada ele foi eleito “o maior brasileiro de todos os tempos”, por voto popular, demonstrando que a humanidade parece estar alienada, mas frente a um exemplo maravilhoso como o dele, termina por despertar. Por isso creio que a mudança vem mais pelo lado emocional, do que pelo racional. Os leitores esperavam que o livro “Universalismo Crístico Avançado” fosse um tratado teórico e monótono. Mas o que muda o homem são as reflexões que sacodem o seu coração e move o seu mundo íntimo em direção à luz. Por este motivo o livro está sendo tão bem aceito e provocando tantas mudanças e reflexões em quem se presenteou com a sua impressionante leitura.

Roger Responde 130 – Significado necessidade de harmonia entre o ser humano e a natureza.

130 – Pergunta (11/06/2012): Qual é o verdadeiro significado da necessidade da harmonia entre o ser humano e a natureza no planeta em que vivemos? (ATENÇÃO: A resposta de Hermes abaixo, a partir do segundo parágrafo, foi retirada integralmente do livro “Universalismo Crístico Avançado”, que será lançado em setembro. Ele se absteve de responder porque já tínhamos conversado sobre esse tema no capítulo sete do livro).

Hermes: O que afirmaremos não é um verdadeiro significado, mas sim um significado ainda pouco compreendido entre os homens. Já afirmamos em livros anteriores e no novo, que será lançado, nos próximos meses, que Jesus não é o Cristo. Ele foi seu sublime medianeiro para trazer a mensagem do amor crístico aos povos ocidentais, assim como ocorreu com Buda, Krishna, Zoroastro, Moisés, Maomé, Antúlio entre outros grandes mestres que realizaram tarefa semelhante em seus povos.

Para melhor compreender o processo evolutivo da Terra, é interessante saber que os grandes mestres espirituais da Terra foram, na verdade, intérpretes de uma alma ainda mais avançada, que já não possui mais corpo espiritual, há muitas eras, e vive apenas no plano mental, sendo onipresente em toda a Terra. É a alma crística do planeta, que podemos chamar de Gaia, Cristo ou Logos Planetário.
Esse ser extraordinário “encarnou” no planeta Terra e estabeleceu a vida em seus primórdios. Ele é o Logos que mantém vivo o ecossistema, o campo magnético do planeta, as correntes marítimas, as dos ventos e todas as demais variantes que sejam necessárias para o equilíbrio de nosso mundo. Ele possibilita ao planeta gerar vida, ser a “Grande Mãe” de seus filhos e nutri-los. Os corpos físicos que nossas almas utilizam-se para evoluir foram gerados a partir do “corpo de Cristo”, ou seja, a matéria prima da Natureza de nosso próprio mundo! Logo, agredir a natureza é agredir a nossa própria mãe!

Gaia, na verdade é uma integração do Cristo e nós. É composta pela biosfera (seres vivos) e os componentes físicos da Terra: atmosfera (ar), criosfera (gelo), hidrosfera (água) e litosfera (solo) que formam um complexo sistema integrado que mantém o clima do planeta e as condições bio-geo-químicas em perfeito equilíbrio. A Terra é de fato um organismo vivo que reage através de seus sistemas, buscando sempre uma condição de equilíbrio.

Da mesma forma que nosso corpo responde as interações de nossa alma, a Terra responde ao controle do Cristo. E quando ferimos o planeta com nossas atitudes antiecológicas ou com energias negativas, estamos literalmente ferindo o corpo da entidade espiritual máxima da Terra, ou seja, o representante direto de Deus em nosso mundo. Quando o homem destrói a Natureza, através do desmatamento das florestas, poluição de rios, do ar e lançando produtos não biodegradáveis na Natureza, está agredindo diretamente o Cristo de forma vil, da mesma forma que foi feito com Jesus, seu sublime emissário, no dia de sua triste crucificação. Caro leitor, reflita sobre isso.

Quando acabar a vida em nosso mundo, esse será o dia de seu desencarne. Ele ficará livre para assumir novas incumbências dentro do Eterno Plano Divino. Espero que um dia a humanidade compreenda o quanto é importante respeitar e amar o verdadeiro “corpo de Cristo”! É por esse motivo que o Universalismo Crístico entende que as questões ecológicas e humanitárias são tão importantes quanto as espirituais em nossa jornada evolutiva. Nós, habitantes da Terra, somos como as células de um grande organismo: Gaia. Só seremos verdadeiramente felizes e venceremos as trevas se orquestrarmos uma evolução conjunta. Mais uma vez se comprova a tese de que “somos todos um”.

Um exemplo disso está nos massacres dos animais em matadouros, que fere a alma grupo daquela espécie e, indiretamente, o corpo de Gaia. Essa atitude infeliz reflete em desequilíbrios no campo astral de todo o planeta, estimulando a ação das trevas e o desencadeamento da violência humana no plano físico. Por isso os budistas e espiritualistas mais conscientes defendem com afinco a vida e a natureza como um todo. E sem contar os desequilíbrios ambientais como terremotos, furacões, tempestades e outros fenômenos destrutivos da natureza. Essas tragédias não se tratam de uma ação vingativa do planeta, mas sim uma reação natural de defesa e de busca de reequilíbrio gerada a partir de nossa ação depredatória contra Gaia. Quem planta espinhos, jamais colherá flores!

Roger Responde 113 – Jesus era médium do Cristo?

113 – Pergunta (13/02/2012): No livro “A Gênese”, de Allan Kardec temos o seguinte texto: “Nas curas que ele operava, agia como médium?Pode-se considerá-lo como um poderoso médium curador?Não; porque o médium é um intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados. Ora, o Cristo não tinha necessidade de assistência, ele que assistia os outros; pois, por si mesmo, em virtude de seu poder pessoal, assim como podem fazê-lo os encarnados em certos casos e na medida de suas forças. Que espírito aliás, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de transmiti-los? Se recebesse um influxo estranho, este não poderia ser senão de Deus; segundo a definição dada por um espírito, ele era médium de Deus.”
Vou respeitar o seu ponto vista, mas reflita se você está enganado ao afirmar que Jesus era médium de Cristo. Ele era, como respondeu sabiamente Simão Pedro, Cristo, o filho do Deus vivo.
Chegando Jesus à região de Cesaréia de Filipe, perguntou aos seus discípulos: “Quem os outros dizem que o Filho do homem é?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, Jeremias ou um dos profetas”.“E vocês?”, perguntou ele. “Quem vocês dizem que eu sou?”Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Respondeu Jesus: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus. E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus”. Mateus 16:13-19

Roger: Respeito também a tua opinião, porque nessas questões nós transitamos pelo campo das crenças. Não existe comprovação alguma a respeito. Portanto, trata-se da crença de cada um. Além disso, no fundo isso não é importante. O que importa é nos tornarmos pessoas melhores, ou seja, aprendermos e vivenciarmos a mensagem do amor trazida por Cristo-Jesus e, também, pelos demais grandes mestres.

No caso do livro “A Gênese” temos que considerar a limitação das informações que deveriam ser trazidas à compreensão popular da época, do espírito comunicante e, também, a extrema devoção a Jesus por parte dos médiuns comunicantes, que podem naturalmente distorcer a comunicação mediúnica. Já com relação aos Evangelhos, assim como todos os textos religiosos, foram distorcidos conforme a compreensão limitada de quem os escreveu e, em alguns casos, segundo os interesses dos poderosos da época. Não servem de base para comprovação nenhuma.

O Universalismo Crístico entende que a verdade está onde estão o bom senso e a lógica. Se Jesus fosse o Cristo, a sua mensagem, então, teria falhado, já que nem metade do mundo é Cristão. Agora se o Cristo é uma entidade espiritual planetária, Gaia, a alma do planeta, e utilizou-se de vários médiuns para trazer a mensagem do amor crístico a todo planeta, adequando-a a cada cultura, a cada povo, então, a sua missão foi plenamente vitoriosa, pois todas as nações do mundo receberam essa mensagem, possuindo roteiros divinos de evolução espiritual. Sob o enfoque de Jesus e demais avatares sendo médiuns do Cristo, percebemos que a mensagem do amor venceu na Terra. Como costumo afirmar: fatos e crenças são duas coisas diferentes e devemos analisar isso com critério e sem paixões.

Quanto as tuas citações na pergunta, reproduzo, então, a resposta do espírito Ramatís, no livro “O Sublime Peregrino”, no capítulo 5: “Jesus de Nazaré e o Cristo Planetário”, que apresenta uma interpretação diferente das mesmas passagens bíblicas.

RAMATÍS: — É muito significativo o diálogo que ocorre entre Jesus e Simão Pedro e os demais apóstolos, quando ele lhes indaga: “E vós, que dizeis que eu sou?” E Pedro responde-lhe: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. Finalmente, depois de certa reflexão, Jesus então mandou seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus Cristo (Lucas, IX — 20 e 21; Mateus, XVI — 15, 16 e 20). Nesse relato, Jesus admitiu representar outro ser, o Cristo, além de si, e que há muito tempo o inspirava e fora percebido intuitivamente por Simão Pedro. Falando mais tarde às turbas e aos apóstolos, o Mestre Jesus esclarece a sua condição excepcional de medianeiro do Cristo, não deixando qualquer dúvida ao se expressar do seguinte modo: “Mas vós não queirais ser chamado Mestre, porque um só é o vosso Mestre, e vós sois todos irmãos. Nem vos intituleis Mestres; porque um só é o vosso Mestre — o Cristo! (Mateus, XIII — 8 e 10). É evidente que Jesus, falando na primeira pessoa e referindo-se ao Cristo na segunda pessoa, tinha o propósito de destacá-lo completamente de sua própria identidade, porque, em face de sua reconhecida humildade, jamais ele se intitularia um Mestre. Aliás, inúmeras passagens do Novo Testamento fazem referências a Jesus, e o chamam o Cristo (Mateus XXVII — 17 e 22), pressupondo-nos que mais tarde ele chegou a admitir-se como o Cristo, o “Ungido” ou “Enviado”.
E se Jesus não esclareceu melhor o assunto, assim o fez em virtude dos apóstolos não poderem especular sobre a realidade de que ele pudesse ser uma entidade, e o Cristo outra; assim como a falta de cultura, própria da época, não lhes permitia raciocínios tão profundos como a ideia de arcanjo planetário.

Roger Responde 111 – Por que o mundo é mental?

111 – Pergunta (30/01/2012): Roger, acompanho seu trabalho desde o 1º livro “A história de um anjo”. Deve ser muito difícil, expor os nossos erros. Você é muito corajoso. Não se preocupe com as críticas. Siga em frente. O que importa é que você encontrou o caminho da luz. E está tirando a venda dos nossos olhos tão cegos para as verdades eternas.
A minha pergunta é: Porque o mundo é mental? Por favor,nos esclareça um pouco mais sobre este tema. Obrigada.

Roger: Minha querida amiga, ainda não encontrei o caminho da luz. E uma prova disso está em minhas próprias narrativas, onde relato todas as minhas dificuldades para vibrar definitivamente em sintonia com a Luz. Eu tenho sim conhecimento, contudo, com relação aos valores da alma, eu ainda estou lutando para conquistá-los, assim como toda a nossa humanidade. Procuro ser o mais honesto possível com os leitores, sempre. A vida é um grande aprendizado! Que possamos fazer dessas lições da vida o nosso caminho para a redenção espiritual, onde finalmente seremos felizes e estaremos libertos de todas as experiências de dor e sofrimento.

O mundo é mental porque o plano divino encontra-se na essência espiritual, em nossa centelha divina. A vida eterna, profetizada por Jesus e outros grandes mestres, reside no plano mental, onde não existe tempo nem espaço. Isso pode parecer estranho e complicado para nós, que estamos presos a esses paradigmas de tempo e espaço. Mas a nossa vida é que é limitada, assim como é relatado no mito da caverna de Platão. A nossa existência é apenas uma sombra da glória do reino de Deus que vai além do mundo das formas. E por que precisamos passar por esse mundo de formas? Porque somos ainda tão primitivos que precisamos ter os nossos sentidos espirituais despertados/estimulados em “estruturas de ilusão”, que é a nossa vida material.

O homem se esqueceu de sua verdadeira origem e se aprisionou ao mundo material como sendo a vida principal. Isso é uma crença tão forte, que as pessoas menos esclarecidas, ao desencarnarem, são levadas para cidades astrais que recriam plenamente o mundo material, dentro do plano espiritual. Algo ilógico. Espírito é espírito; matéria é matéria. Em algumas dessas colônias os espíritos precisam inclusive comer, beber e realizam necessidades fisiológicas, como se estivessem habitando ainda um corpo biológico de natureza material. A falta de entendimento espiritual da humanidade, tornou-a quase tão irracional quanto os animais, que desconhecem a sua natureza divina.

Tudo que realizamos no mundo físico tem origem primeiro no mundo mental, portanto, se aprendermos a desenvolver a nossa vontade, o nosso poder mental, poderemos mudar a realidade em todos os aspectos de nossas vidas. Os cinco sentidos, que cremos ser a nossa forma perfeita de interação com o mundo: visão, audição, olfato, tato e paladar, para o homem realizado espiritualmente, que já vive no plano mental, é somente um simples mecanismo de interação biológica com o mundo. Nada mais que isso. Pois ele já interage plenamente com toda a Criação na velocidade do pensamento e sem limitações, utilizando-se de sua intuição e inspiração para viver e evoluir. É a fase em que realmente nos tornamos filhos de Deus plenos e podemos finalmente “enxergar” a face de Deus.

Aquele que enxerga que o mundo é mental e está se trabalhando para conquistar o entendimento perfeito dele, logo percebe que nada lhe é impossível.