274 – Pergunta (03/08/2015): Roger, sou um fã de seus livros e eles já ajudaram muito no meu processo de expansão da consciência nesta encarnação. Essa pergunta vem depois de alguns anos de estudo e muitas reflexões. No início de minhas descobertas espirituais pensava que, à medida que fosse absorvendo maiores conhecimentos, iria evoluindo. Mas percebi que só isso não basta, pois temos conosco uma série de maus hábitos e preconceitos armazenados na nossa memória espiritual que não são modificados facilmente apenas com a racionalização dos fatos. É necessário um verdadeiro mergulho no inconsciente para encontrarmos nossa verdadeira essência e finalmente nos libertarmos de nossas inferioridades. Acontece que esse mergulho não é fácil e gostaria de saber como poderíamos modificar séculos de condicionamentos perturbadores quando adquirimos a consciência de que não mais queremos agir impulsivamente? Digo isso, pois é extremamente difícil saber o que é certo e continuar caindo em velhos hábitos.
Roger: Querido amigo, a tua pergunta já é uma aula de consciência e busca de realização espiritual. Faz algum tempo que enxergo claramente o caminho para a real evolução neste caminho que tu citas na pergunta acima. Tanto que o nosso último livro “Universalismo Crístico Avançado” trabalha diretamente esta questão “mais comportamental”, procurando mostrar aos leitores que o que realmente importa é o autoconhecimento e entender e aceitar a forma de pensar de nossos semelhantes. As demais crenças religiosas e espirituais são absolutamente secundárias.
Muita ilusão é criada pelos estudiosos de espiritualidade em geral. Muitas crenças, algumas sensatas, outras absurdas, que não levam a lugar nenhum. Só o que importa, realmente, é o quanto este ou aquele ensinamento nos torna pessoas melhores. O ensinamento só é rico se ele agrega bons valores diretamente ao nosso íntimo. Discutir o “sexo dos anjos” de nada nos serve. Entretanto, nos conhecermos melhor, ao ponto de enxergarmos claramente as nossas imperfeições, seja de que forma for, levando-nos a tomar consciência da necessidade de mudança interna para sermos pessoas melhores; isto sim, faz toda a diferença. O que importa não é o legado moral das religiões. E, sim, pensamentos e ações que visem um amadurecimento da humanidade e a busca da sagrada prática do “não faça aos outros aquilo que não gostaria que te fizessem”.
Vemos religiões pelo mundo matando e morrendo em nome de Deus. Que aprendizado tiveram estas pessoas para crerem que este é o caminho da real evolução que nos eleva até ao Criador? Esta cegueira espiritual precisa ser discutida. O homem verdadeiramente espiritualizado não precisa impor as suas crenças, e sim lutar contra as suas imperfeições para servir de exemplo daquilo em que acredita. Compreender e viver o real significado do amor é fundamental.
Mas voltando ao cerne de tua pergunta… Como podemos modificar séculos de condicionamentos perturbadores quando adquirimos a consciência de que não mais queremos agir impulsivamente? Isto não é fácil, meu amigo. No livro “Universalismo Crístico Avançado”, no capítulo 11, abordamos essa questão da “automatização dos comportamentos”, situação em que repetimos as mesmas atitudes negativas sem refletir sobre elas, causando mal a nós e aos nossos semelhantes, sendo que muitas vezes nem percebemos isso. Para libertar-se desse modelo alienante é preciso realizar uma profunda meditação de autoconscientização de nosso papel no mundo, entre nossos familiares, amigos e a sociedade em geral.
Após diagnosticarmos os nossos equívocos de comportamento, passar, então, a realizar um trabalho interno, perseverante e sistemático para mudar esse comportamento daninho que está enraizado em nossa consciência imortal e, também, em nosso cérebro físico. Precisamos refazer as conexões sinápticas de nosso cérebro que se “viciaram” naquele comportamento negativo. Poucos obtém sucesso porque para isso é preciso a mesma determinação e vigília de um viciado em cigarros que deseja se libertar deste hábito horrível. E, por fim, após vencer estas etapas, é preciso não vacilar e entrar novamente na corrente de hábitos negativos que a sociedade e o mundo divulga e multiplica diariamente. Orar e vigiar os seus atos e procurar evitar de cair novamente nessa corrente negativa, que é a regra determinante em nosso mundo, que anda tão distanciado dos valores crísticos. O mundo ao nosso redor não nos ajuda. Vivemos em meio a uma neblina de hábitos decadentes que dificulta o brilhar natural da luz. Precisamos lutar para abrir uma brecha de sol em meio a tanta treva.
Sem dúvida, a tarefa não é fácil. Mas a pessoa que fez esta pergunta já tem o mais importante: a consciência desperta e o desejo sincero de se libertar das ilusões do mundo e das inferioridades da alma que, a médio e curto prazo, cobram o seu preço, que são a infelicidade e a dor. A luta por transformar-se para um estado de luz e de cultivo de nobres valores é dura, mas tem a sua divina compensação. Deus abençoa a estes com felicidade e harmonia por atingirem a meta pelo qual nasceram neste “mundo escola”, que é a experiência física.
Ótima pergunta e ótima resposta, meditar e observar nossos atos e pensamentos é dificil no começo pois ficamos anos e vidas no piloto automático do ego, mas com a ajuda de nosso guia interno, nossa essência divina, nossos queridos mestres e guias nós conseguimos, sei como é mas a cada dia e momento fico mais atenta e grata, ainda tenho muito pela frente mas o importante é a jornada com cada vez mais entrega, confiança, alegria e amor na realidade Maior que tudo é e todos somos (puro Amor). Muito obrigada por essa pergunta e resposta e pela mensagem da vibração coletiva, me deu um grande alento e mais força e alegria para continuar adiante. Deixo aqui alguns livros e ensinamentos além do Universalismo Cristico Avançado que tem me ajudado bastante:
-Um Curso em Milagres
-Os dois últimos livros do Dr Joe Dispenza
-O Efeito Sombra (Debbie Ford, Deepak Chopra e Marianne Williamson)
Um lindo dia para todos e novamente muito obrigada!