Roger Responde 143 – Existem colônias espirituais? E evoluímos na erraticidade ou só quando encarnados?

143 – Pergunta (10/09/2012): Olá Roger! Primeiramente quero lhe agradecer por duas vezes ter publicado perguntas minhas no Roger Responde. E espero que aquelas minhas dúvidas respondidas sanem as de muita gente. Queria lhe pedir a opinião sob a luz do Universalismo Crístico, sobre um velho assunto que assombra os espíritas. Da mesma forma que o Ramatismo foi tirado da FEB, há muitas correntes que querem tirar os livros de André Luiz por apontarem diferenças doutrinárias com os livros de Kardec, e com certa razão, pois as visões expostas por André Luiz podem parecer fantasiosas se comparada com o livro dos Espíritos.    Então lhe pergunto se realmente existem as colônias espirituais, umbralinas, hospitais, postos de socorro, uma vida como se fosse material? Evoluímos na erraticidade ou só quando encarnados? Sei que você abordou um pouco disso no primeiro capítulo do “Universalismo Crístico – O Futuro das Religiões”, na sua conversa com Akhenaton – Kardec, mas se puder esmiuçar mais!

Roger: Para mim, as visões de André Luiz são muito realistas. Lembrem-se: a vida, sim, é uma grande ilusão. Apenas estamos acostumados e acomodados dentro do que os nossos cinco sentidos nos fazem perceber. O mundo a nossa volta é muito mais amplo e rico do que podemos normalmente captar. Digo isso com tranquilidade porque desde criança sempre tive o “sexto sentido” muito desenvolvido e já vi coisas que nem mesmo posso relatar porque as pessoas, em geral, não estariam preparadas para aceitar e conviver com essas revelações. Desse modo, é natural que, para não sairmos de nossa zona de conforto, procuremos aceitar crenças que não fujam muito de nossa realidade. Porém, é importante abrirmos as nossas mentes para visões mais amplas, sem, contudo, não nos deixarmos levar por delírios e fantasias descabidas. Isso se faz com muito estudo e análise detalhada da realidade, buscando averiguar com bom senso as informações que chegam até nós do plano espiritual a todo instante.

Sobre a “realidade” do plano espiritual, tudo o que existe lá é criado pela mente dos espíritos encarnados e desencarnados. Sempre que pensamos a nossa mente dispara um processo pelo qual somos capazes de moldar as energias mais sutis do universo, criando formas que correspondem exatamente a aquilo que somos ou desejamos intimamente. O homem é ainda extremamente apegado ao mundo material, nada mais natural que, mesmo estando fora dele, reproduza-o novamente quando desencarnado. É aí que a nossa mente entra em ação, criando tudo o que desejamos ardentemente. E várias mentes desejando a mesma coisa juntas, ou sujeitas aos mesmos padrões de autojulgamento, impostas por suas próprias consciências, têm muito mais força para criar as realidades descritas de forma fidedigna por André Luiz. Aquilo que ele descreveu foi a realidade que ele vivenciou quando desencarnou, porém, não significa que o mundo espiritual seja daquele jeito. Aquela foi a percepção de André Luiz ao desencarnar. Explicamos isso no livro “Universalismo Crístico – O futuro das religiões”, como o leitor mesmo citou em sua pergunta. O mundo espiritual é de natureza mental, portanto suscetível de ser plasmado de acordo com a percepção do próprio observador.

No Umbral, tudo o que está fora de nós é consequência do que está dentro. Tudo o que existe em nosso mundo pessoal e nos acontece é reflexo do que trazemos na consciência. Assim, o Umbral nada mais é que uma faixa de frequência vibratória a que se ligam os espíritos desequilibrados, cujos interesses, desejos, pensamentos e sentimentos se afinizam.  Alguns autores descrevem o Umbral como uma sequência de anéis que envolvem e interpenetram o planeta Terra, indo desde o seu núcleo de magma até várias camadas para fora de seus limites físicos. O que acontece é que os espíritos se reúnem obedecendo, apenas e unicamente, à sintonia entre si e acabam formando anéis energéticos em torno do planeta, ou melhor, em torno da humanidade terrena, pois ela é parte da humanidade espiritual que o habita e é também o foco de atenção de todos os desencarnados ligados a ele. As camadas descritas em alguns livros são mais um recurso didático para facilitar o entendimento e o estudo do mundo espiritual, pois não há limites precisos entre elas, assim como não há divisas exatas entre um bairro e outro de uma mesma cidade, ainda que eles sejam de classes sociais bem diferentes.

Sobre evoluir na erraticidade, ou seja, no plano espiritual. Evoluímos sim, no Mundo Maior. No entanto, no atual estágio de nossa humanidade, ainda é necessário realizar experiências em vidas físicas orgânicas para obter nuances evolutivas que só são possíveis nessa condição. Ao retornar ao plano espiritual, lá continuamos evoluindo e aprendendo, mas temos de voltar de tempos em tempos para o mundo material para obter uma específica evolução somente possível nas experiências físicas; até que atinjamos o estágio evolutivo em que nos libertamos desta necessidade. A evolução então passa a ocorrer somente na dimensão espiritual ou em mundos de natureza não biológica.

Nas explicações nos segundo e terceiro parágrafos, tomei por base o interessante artigo a respeito do tema que foi originalmente escrito para a revista Espiritismo e Ciência, da Editora Mythos e publicado na edição 16 – Ano 2.  Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=2875

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