078 – Pergunta (13/06/2011): Amigo Roger, primeiro gostaria de parabenizar a você, Hermes e todos os trabalhadores da luz pelo esplêndido trabalho. Depois de começar a ler seus livros foi como se houvesse despertado algo em mim que faz com que ajudar o próximo seja um dever. Obrigado! Minha mãe também é uma grande fã do seu trabalho e ela gostaria de saber sua opinião sobre o dízimo. Tenho uma dúvida em relação ao momento da desencarnação. No livro “Akhenaton – A Revolução Espiritual do Antigo Egito” (página 136 e 137) Meri-Rá nos dá a entender que a conservação do corpo contribui para o espírito e para o trabalho da Alta Espiritualidade na conclusão da total separação do corpo e espírito, porque as energias vitais permanecem algum tempo impregnadas no corpo somático após a libertação do espírito. Quer dizer que mortes em que o corpo é destruído parcial ou totalmente há maior dificuldade na total libertação do espírito? Seria então uma atitude errada cremar o corpo, já que o corpo é desintegrado após a morte?
Roger: Obrigado pelo apoio teu e de tua mãe ao nosso trabalho. Sobre o dizimo, é complicado dar uma resposta definitiva. Se for uma contribuição espontânea, sem pressões, mas com responsabilidade dos contribuintes, é possível realizar grandes trabalhos sociais e, principalmente, de esclarecimento espiritual da humanidade. Contudo, se for ferramenta de manipulação utilizada por religiosos inescrupulosos, certamente, é algo desprezível. É uma pena que aqueles que tem consciência para construir um mundo novo, geralmente creem que não devam se mobilizar para isso, apoiando iniciativas em que acreditam, enquanto os ardis manipuladores recebem graciosamente a renda mensal de pessoas de pouca consciência que mal tem condições de sustentar suas famílias. Esse é um tema para ampla dissertação. E o nosso espaço semanal aqui é muito pequeno para debatê-lo. Sou a favor do dízimo consciente! Ofertado por pessoas que acompanham e saibam o destino dos fundos. Já o dízimo exploratório, com o objetivo de enriquecimento ilícito, na minha opinião deveria ser tratado judicialmente como crime.
Sobre a questão do desprendimento do espírito do corpo, temos importantes informações a respeito na literatura espírita. Em nossos dois primeiros livros “A história de um anjo” e “Sob o signo de aquário” também abordamos essas peculiaridades de cada desencarne. Espíritos iluminados, como Gabriel do livro “A história de um anjo”, geralmente realizam o desligamento total espírito-corpo em apenas alguns poucos segundos. No caso dele, especificamente, o leitor deve lembrar que ele já estava desligado do corpo antes mesmo de vir a falecer, apenas utilizando-se do veículo físico como um instrumento para verbalizar o seu pensamento nos momentos finais de sua existência.
No entanto, em espíritos enrijecidos, materialistas e que possuem suas consciências gravemente alienadas pelo mundo ilusório da vida humana, estes sofrem imensa dificuldade para efetivar o desligamento dos seus laços que ligam o corpo perispiritual ao físico. Até mesmo por não crerem no fenômeno do retorno à vida espiritual. Por isso, é sempre recomendado, expressamente, que o corpo seja cremado somente 72 horas após a morte. Antes disso, o espírito pode estar imantado ainda ao corpo e vivenciar e sentir todo o drama da incineração do veículo físico, sofrendo dores e terrores atrozes. O processo natural de decomposição orgânica é menos impactante, tendo em vista que o espírito se liberta bem antes do agravamento desse processo. Salvo no caso dos suicidas, que interrompem prematuramente a sua existência. Esses últimos vivenciam por longo período os impactos da morte, devido a ficarem ligados pelos laços perispirituais ao corpo físico. Suicidas não devem ser cremados em hipótese alguma.
Sobre a citação de Meri-Rá no livro Akhenaton, é evidente que rituais de sepultamento que envolvam o corpo físico em boas vibrações, preservando as energias etéreas, propiciam um desenlace mais tranquilo e harmonioso para o espírito. Mas a mumificação para conservar o corpo não é algo efetivamente necessário. Depende muito da necessidade do espírito que está desencarnando. Boas orações funcionam tão bem quanto os antigos ritos fúnebres do Egito faraônico em qualquer caso. A humanidade moderna está perdendo o hábito da oração por achá-la muito formal e, em alguns casos, piegas. Mas a oração nada mais é do que uma conversa íntima com Deus e com os mentores espirituais, elevando as vibrações espirituais. Façam-na com a linguagem que lhes for mais familiar e confortável.
E no que diz respeito as vibrações espirituais para um bom desencarne, o problema maior hoje em dia reside no mecanicismo religioso dos dias atuais (pura formalidade) e na indiferença cética dos entes queridos, que não creem que daquele corpo sem vida está sendo operado um magnífico processo de renascimento da alma do falecido para o Mundo Maior. E no “lado de lá” uma festa está sendo realizada para recebê-lo, obviamente se sua vida tenha sido digna e valorosa.