074 – Pergunta (16/05/2011): Nos seus livros, nota-se a predominância da importância do ponto de vista espiritual, dos valores do espírito; (o que inclusive dá veracidade aos fatos narrados que seriam facilmente lidos como ficção); exemplos de orgulho, egoísmo, arrogância e vaidade que existiam há muito tempo como você mesmo narra e também agora na nossa sociedade, cada vez mais corrompendo esses valores verdadeiros e sagrados, e sendo principal causa de nossa falência. Então, tendo como foco principal essas imperfeições, não seria possível, analisando do ponto de vista científico, descobrir as causas disso?… encontro em livros espíritas, onde se diz que a causa é a ignorância do espírito simples e ignorante, ou que temos que trabalhar a fraternidade, a humildade, reencarnar mais algumas vezes para nos melhorar cada vez mais e arrancar de vez os males do orgulho e do egoísmo (o que concordo plenamente)… mas não seria possível descobrir tecnicamente o porquê de sermos assim?… Se diz que o tímido tem vergonha porque é muito orgulhoso de chegar nas meninas, então ele bebe umas e outras e parece que aquela vergonha some; já está conversando com a menina (e olha que foi uma substância, o álcool)… pesquisando na internet achei até uma afirmação que dizia: “O egoísmo e o orgulho têm a sua fonte num sentimento natural: O INSTINTO DE CONSERVAÇÃO. Todos os instintos têm sua razão de ser e sua utilidade, porque Deus nada pode fazer de inútil” pode estar errado não sei…. mas ainda tem aquela que aponta para uma parte primitiva mais ou menos no meio de nosso cérebro chamada de “complexo r”, que é responsável por instintos de sobrevivência, reprodução, agressividade, etc …. ou ainda a nossa incapacidade de manipular perfeitamente ainda nossos sentimentos e emoções nos colocam literalmente presos numa “MATRIX”… enfim, será que não existe uma explicação (científica)?, ou então é porque simplesmente ainda somos “crianças espirituais e estamos crescendo”?
Roger: A explicação central para essa tua dúvida, creio que encontramos na luta entre a animalidade e a angelitude que todo espírito, que encontra-se no grau de evolução em que nos encontramos, deve travar contra si mesmo. Somos criados por Deus simples e ignorantes. Dessa forma, quando realizamos as primeiras encarnações no mundo hominal, sofremos vigorosamente sob a ação dos instintos do corpo que nos serve de instrumento. A tarefa evolutiva do espírito é desenvolver sua consciência para libertar-se desses instintos primários, que foram úteis em uma época onde éramos pouco mais que animais, mas não no estágio de consciência que nos encontramos. Não me refiro aqui ao instinto de preservação da vida que nos afasta naturalmente de situações que causariam dano ou a morte de nosso corpo físico, mas sim aqueles instintos selvagens que nos levam a práticas que contrariam a máxima “ama ao teu próximo como a ti mesmo e não faça aos outros o que não gostaria que te fizessem”.
Além disso, o nosso código genético é trabalhado pela Espiritualidade para também ser intensificada características que melhor atendam às nossas necessidades evolutivas. Por exemplo, uma pessoa que precisa desenvolver a virtude da tolerância, será propensa a ter um sistema nervoso irritadiço, com o objetivo de intensificar essa luta interna. Alguém escravo dos vícios em existências anteriores, terá tendência genética a sucumbir a isso, como a medicina já tem descoberto através do código genético de pessoas dependentes químicas. A finalidade, obviamente, é trabalhar o espírito, estimulando-o a adquirir forças para vencer as suas fraquezas e obter total libertação. Obviamente que a lei do carma está intimamente ligada a esse processo.
No livro “A Nova Era – Orientações espirituais para o terceiro milênio” abordamos essas questões nos capítulos 9 e 10, “Vícios do corpo” e “Vícios da alma”. Ali fica claro que recebemos em nossas encarnações no plano físico corpos adequados às nossas necessidades cármicas e, também, projetados para provocar uma estimulação inversa, com a finalidade de vencer nossos desequilíbrios milenares. Por isso, geralmente, grandes sábios abençoam suas mazelas, pois reconhecem nelas um exercício para a vitória do “eu superior”. Muito desses desequilíbrios também residem em nosso próprio inconsciente, marcado por crenças equivocadas e distorcidas no transcorrer dos séculos. A alma deve procurar ser livre e consciente de si. Respirar fundo e procurar se desligar dessa já longa escravidão ao mundo das ilusões para finalmente tornar-se verdadeiramente senhora de si mesmo.
E, como afirmamos nesse mesmo livro, os avanços da medicina no campo da engenharia genética permitirão a humanidade do futuro obter para a encarnação física corpos livres de toda essa carga de enfermidades e desequilíbrios. E por que somente agora Deus permitiu isso? Porque nas próximas décadas passarão a reencarnar na Terra as almas eleitas para a Nova Era. Espíritos vencedores! Que não possuirão carmas degenerativos e já superaram essa etapa evolutiva primitiva. O nosso mundo deixará de ser de expiações e provas, para tornar-se um mundo de regeneração espiritual, conforme já informado por diversas fontes espirituais.