13 – Pergunta (08/03/2010): “Li o livro sobre Akhenaton. Adorei. Gostaria de esclarecer umas dúvidas que vi num documentário da discovery na data de hoje 01/03/2010 e fizeram uns testes na múmia de Tutankhamon. Vamos lá: descobriram que tinha uma fratura no osso perto do joelho(fêmur), além de uma deformidade no pé (osteonecrose) causada por uma doença. Então fizeram um exame para de DNA para malária e descobriram o DNA do parasita na múmia dele. Então, o diagnóstico da morte foi malária. No sarcófago tinha também muitos cajados (mais de 50) que acreditam que usava, pois mancava de uma perna (osteonecrose). E no livro fala que sofreu um atentado e tinha uma lesão entre a cabeça e o pescoço. Se for possível, gostaria de que me esclarecesse essas descobertas.”
Roger: Para quem leu o livro Akhenaton, gostaria de informar que a história continua nos livros “Moisés – O libertador de Israel” e “Moisés – Em busca da Terra Prometida”. Trata-se de uma trilogia. Muitos leitores não sabem disso.
Sobre as novas descobertas divulgadas, costumo dizer que a morte do rei Tut é tão polemica quanta a veracidade do Santo Sudário de Turim. Muitas especulações e poucas informações realmente consistentes. Os cientistas creem que suas informações são altamente confiáveis e refletem a mais absoluta verdade. No entanto, alguns anos depois as suas teses (aprisionadas a paradigmas limitados) são derrubadas. E isso se repete em todos os campos, tanto na astronomia, como na arqueologia e também nas ciências médicas.
A malária era conhecida no antigo Egito como “doença mágica”. Inclusive Ramósis estudava suas causas para tentar debelar aquele mal que chegou a afligir, em alguns períodos, mais da metade da população. Muitos habitantes do Vale do Nilo naquele período teriam indícios dessa doença, mas isso não significa que foram a óbito especificamente por esse motivo. Os antigos egípcios eram bons médicos. Muitos casos de malária eram curados utilizando-se tratamentos desconhecidos pela medicina moderna, mas que deixariam resquícios no DNA.
Era costume colocar nos sarcófagos os objetos que o morto precisaria utilizar no pós-vida. Os encarregados do funeral de Tut acreditaram que ele precisaria dos cajados para se locomover na terra do Sol Poente, já que falecera decorrente de um forte trauma que havia enfraquecido gravemente o seu organismo. Os nossos idosos também usam bengalas para sustentar o seu corpo enfraquecido, e não apenas porque tenham fraturas aqui ou ali.
O egiptólogo Howard Carter quando removeu a múmia do sarcófago em 1922 causou-lhe graves danos, chegando ao ponto de serrá-la em várias partes, dificultando, com certeza, qualquer tipo de avaliação 3.300 anos depois da morte do faraó menino. Inclusive a múmia estava tão impregnada de resina que até o teste de DNA ficou sob suspeita. A medicina atual mal consegue obter resultados conclusivos com pessoas vivas, imaginem avaliar um corpo infestado por fungos e bactérias por um período de 3.300 anos…
Corridas de bigas e caçadas eram comuns naquele período. Era o “hobby” da realeza. Nada impede que ele tenha sofrido alguns acidentes e fraturas decorrentes disso.
Esses documentários e revistas precisam vender, então eles mesmos especulam coisas que já tinham sido atestadas por outras pesquisas, como a paternidade de Akhenaton, por exemplo. O documentário trata essa questão como se ninguém soubesse anteriormente que Akhenaton era o pai de Tut. O exame de DNA apenas comprovou essa informação que já tinha sido atestada por outras provas arqueológicas, apesar deles alegarem que não.
Infelizmente o faraó Tutankhamon gera muito dinheiro. Ele é o Michael Jackson do antigo Egito! Inclusive a verdadeira múmia de Nefertiti (que eles alegam já ter encontrado) está ao lado da tumba de Tut. Mas as autoridades egípcias não exploram aquele local porque teriam que fechar a visitação a tumba de Tut. Isso resultaria em uma perda financeira com o turismo da ordem de milhões de dólares por ano.