142 – Pergunta (03/09/2012): Os espíritas de hoje têm grande preocupação com os trabalhos em mesa mediúnica, sempre nos reforçando o cuidado extremo para com as conversar e abordagens com os espíritos, a fim de não sucumbirmos a mensagens não edificantes. Quando analisamos todo o trabalho realizado por Kardec, que conseguiu de forma desmistificada tratar desse assunto, podemos nos transportar para uma época onde espiritismo e prática eram assuntos novos e sem formatação. Dessa forma, as comunicações eram realizadas a título de estudo, não curiosidade, mas ainda sem os fins da caridade como hoje se tabula, já que foi ele quem instituiu essas bases com a orientação de toda a espiritualidade. As casas espíritas hoje tem grande receio e dizem que não é “aconselhável” utilizarmos a mediunidade para fins de “conversas com os espíritos”, mesmo que seja com teor de estudo e intercambio entre os dois mundos, postulando que é para caridade moral dos irmãos. Muitos trabalhos de apometria hoje tem utilizado a mediunidade com fim de estudos, apresentando trabalhos muito bons. Frente a isso, você acha que seria condenável se utilizar dessa formatação mediúnica para estudos com a espiritualidade? Realizar grupos de estudos com médiuns e discussões saudáveis com os espíritos seria algo “reprovador” na atual conjuntura no planeta?
Roger: Eu não diria que é algo reprovador conversar com os espíritos em grupos de estudo para obter conhecimento e seguir diretrizes. Mas diria que é um tanto perigoso por dois fatores básicos. Primeiro devido ao despreparo mediúnico de muitos dos componentes e dirigentes, o que leva, muitas vezes, a comunicações anímicas, ou seja, da mente do próprio médium. E isso ocorre muitas vezes de forma inconsciente. O próprio médium não percebe. Não é um gesto de má fé. Seguir orientações mediúnicas dessa natureza é muito perigoso e pode se tornar uma forma do médium que recebe a “suposta entidade espiritual” passar a ditar regras ao grupo de forma ditatorial e insensata, a partir de suas próprias crenças, interesses e desejos, desvirtuando completamente a proposta do trabalho espiritual.
O segundo ponto é a questão do risco do grupo ser confundido por entidades do lado negro que se passam por espíritos de luz. Isso é muito comum e eles são bem convincentes nisto. Precisamos estar sempre atentos, devido a sutileza desses mestres das sombras. Em toda essa minha jornada pude acompanhar excelentes médiuns e colaboradores serem confundidos por esses seres. Geralmente eles demonizam quem é amigo e está apoiando o médium e se travestem de seres de luz que detém o caminho correto a seguir. Esse tipo de fascinação é muito sedutora e difícil de perceber e se libertar. Para os amigos terem uma ideia do nível que isso pode chegar, já ouvi, de pessoa que considerava como um grande colaborador, que Hermes era uma entidade do mal e eu estava fascinado. Quem leu os nossos livros e, principalmente, o último, “Universalismo Crístico Avançado”, verá que Hermes é a manifestação pura do amor, sabedoria e bom senso.
Claro que grupos que desenvolvem estudos dedicados, com longa experiência e com uma equipe trabalhadora e focada no real desenvolvimento espiritual, adquire a maturidade para realizar essa conexão com o plano espiritual e obter excelentes resultados. No entanto, isso exige muito cuidado e critério. Lembro-me que em meu grupo mediúnico entre os anos 2001 a 2006 obtivemos muitas informações riquíssimas que tornaram-se base do trabalho que hoje em dia realizamos com o Universalismo Crístico. Mas isso foi fruto da dedicação e empenho de todos os médiuns. Inclusive nosso livro “A Nova Era – Orientações Espirituais para o Terceiro Milênio” foi realizado com o apoio direto de dois excelente médiuns desse grupo. Logo, é válida a comunicação com os espíritos para aprendizado, mas todo o cuidado é pouco para não cair nas ciladas citadas acima.