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Roger Responde 280 – Saí da reunião mediúnica que frequentava há vários anos. Isto traz algum comprometimento para mim?

280 – Pergunta (09/11/2015):  Gostaria de fazer uma pergunta pessoal. Saí da reunião mediúnica que frequentava há vários anos. Isto traz algum comprometimento para mim? Fiz consciente que era o que queria fazer, mas as vezes sinto culpa. Você poderia me dar uma orientação. Ficarei muito grata. Um grande abraço li todos os seus livros e gostei muito. É como se eu tivesse encontrado o que sempre procurava. Obrigada, valeu muito. Vida nova. Abraços.

Roger: Esta é uma pergunta pessoal, como diz a leitora, mas creio que seja de interesse geral. As religiões, algumas vezes, procuram criar um “clima de culpa” para quem abandona a militância direta. Inclusive, no meio espírita existem trabalhadores que dizem para todas as pessoas que procuram o Centro que elas possuem mediunidade e precisam desenvolver, integrando-se aos trabalhos da Casa, para assim resolverem os seus problemas pessoais.

Certamente, mediunidade todos possuímos, em menor ou maior grau. Mas creio que mais importante que desenvolver mediunidade ou trabalhar com afinco dentro das religiões é a necessidade de expandirmos a nossa consciência espiritual, através do estudo, do entendimento dos valores espirituais e da meditação. Cultuar rituais religiosos é algo que deve ficar em um segundo plano. Aquele que desenvolve a sua consciência espiritual adquire o equilíbrio e a sabedoria para atuar em nome de Deus onde for necessário. Entretanto, isso não deve se tornar uma prisão ou uma obrigação. É preciso trabalhar em nome do Cristo por ideal e vontade própria.

Toda ação espiritual deve ser feita com amor e satisfação. O coração deve dizer onde a nossa ação será melhor executada. Se não sintonizamos mais com esta ou aquela atividade espiritual, não significa que estamos sendo perturbados por espíritos ruins ou demônios. Simplesmente pode ser que acabou o nosso aprendizado e contribuição àquele local. O que não podemos jamais é estagnar em nossa caminhada, abandonando atividades e estudos espirituais para nos entregarmos à alienação e/ou ao isolamento.

As mudanças são naturais quando estamos evoluindo para uma nova consciência. Certamente a leitura dos nossos livros despertaram novos objetivos em tua alma, convidando-te a novas reflexões e objetivos. Natural que seja assim. Só é preciso avaliar se as mudanças têm o objetivo de fazer avançar mais em direção ao caminho da Luz.

Roger Responde 176 – O que é “O Consolador Prometido”?

176 – Pergunta (29/04/2013): Como você explica “O Consolador Prometido”, sendo estudioso da doutrina Espírita e trazendo o Universalismo Crístico. Segundo os estudiosos da Doutrina Espírita é o Espiritismo. Como poderia entender isto na sua concepção?

Roger: Esta pergunta é bem interessante porque mostra como as religiões e seus adeptos percebem as revelações espirituais de uma forma absolutista, como se todo o cenário das instruções do Alto fossem designadas exclusivamente à sua própria religião e crença. O advento do Consolador Prometido por Jesus aos seus discípulos no período após a sua suposta ressurreição diz respeito a todas as comunicações espirituais que o mundo receberia do plano espiritual quando chegasse o período de “Fim dos Tempos”, que já vivemos desde o último quarto do século vinte.

Isto independe de alguma religião específica. No entanto, o espiritismo por ser uma religião com bastante foco no fenômeno mediúnico, desponta como uma das mais importantes manifestações do “Consolador Prometido” na Terra nesse importante momento evolutivo de nossa humanidade. Mas precisamos entender que este advento das comunicações espirituais não se resume somente aos seguidores do espiritismo. Por todo o mundo vemos as mais diversas formas de intercâmbio com o plano espiritual entre pessoas que desconhecem o espiritismo ou entre aquelas que professam outras religiões. Desde os estudos de terapias passadas de Brian Weiss, adeptos de estudos teosóficos, canalizadores da grande fraternidade branca, médiuns de umbanda e espiritismo, pastores, padres, bispos que recebem a “energia” do Espírito Santo, por intermédio dos espíritos de luz, até os iogues indianos e demais manifestações espirituais pelo oriente afora, ou seja, toda a forma de captação de sabedoria do Alto corresponde a manifestação do advento do “Consolador Prometido”. Eis um autêntico fenômeno que não pertence a nenhuma religião e independe delas. Logo, fica fácil perceber que a mediunidade é o Consolador Prometido, e não o espiritismo.

O espiritismo é uma religião que está restrita atualmente apenas ao Brasil. Ele não atende a nossa humanidade de forma global. Portanto, assim como o cristianismo não resume toda a sabedoria espiritual da humanidade, mas sim faz parte dela, o espiritismo também não resume todo o intercâmbio espiritual do planeta. Seria insensatez de nossa parte acreditar que somente ele é única e exclusivamente o “advento do Consolador Prometido” por Jesus. O plano espiritual trabalha sem rótulos. As religiões, suas crenças e denominações são coisas muito pequenas para os grandes mestres da espiritualidade. Eles trabalham apenas com o conceito cristalino de agir em nome do bem e do progresso, sem se preocupar com terminologias, dogmas, crenças e sectarismos religiosos criados pelo homem. Esta é a “religião dos espíritos”. Se olharmos além de nossas crenças, veremos que a ação do Alto percorre todos os povos do planeta, de forma peculiar a cada cultura e região. O que nos impede de ver isso é que geralmente nos centramos demais em nossas próprias crenças e formas de ver o mundo, esquecendo-se que somos seres distintos, com crenças distintas.

Aonde houver um médium, canalizador, ou religioso inspirado, ou até mesmo um ateu idealista, lá estarão os emissários do Cristo inspirando esses fieis trabalhadores para que a mensagem de Luz chegue até a nossa humanidade que se encontra perigosamente distanciada dos valores crísticos. O advento do Consolador Prometido, que tem a finalidade de reavivar a mensagem do Cristo na Terra, portanto, não é o espiritismo, mas, sem dúvida, o espiritismo está inserido de forma muito importante e significativa neste processo.

Amanhã estarei partindo para São Paulo e depois seguirei para o Peru com o grupo de 60 pessoas que realizará a nossa fantástica viagem a Machu Picchu. Local onde procuraremos despertar ainda mais a nossa consciência em busca da mensagem cristalina do Cristo e daqueles que trabalham em seu nome. Mesmo assim, a nossa equipe continuará a publicar nas próximas segundas-feiras as respostas que já deixarei prontas. A seção “Roger Responde”, iniciada em dezembro de 2009, nunca para!

Roger Responde 142 – Reflexões sobre o uso da mediunidade em grupos de estudo

142 – Pergunta (03/09/2012): Os espíritas de hoje têm grande preocupação com os trabalhos em mesa mediúnica, sempre nos reforçando o cuidado extremo para com as conversar e abordagens com os espíritos, a fim de não sucumbirmos a mensagens não edificantes. Quando analisamos todo o trabalho realizado por Kardec, que conseguiu de forma desmistificada tratar desse assunto, podemos nos transportar para uma época onde espiritismo e prática eram assuntos novos e sem formatação. Dessa forma, as comunicações eram realizadas a título de estudo, não curiosidade, mas ainda sem os fins da caridade como hoje se tabula, já que foi ele quem instituiu essas bases com a orientação de toda a espiritualidade. As casas espíritas hoje tem grande receio e dizem que não é “aconselhável” utilizarmos a mediunidade para fins de “conversas com os espíritos”, mesmo que seja com teor de estudo e intercambio entre os dois mundos, postulando que é para caridade moral dos irmãos. Muitos trabalhos de apometria hoje tem utilizado a mediunidade com fim de estudos, apresentando trabalhos muito bons. Frente a isso, você acha que seria condenável se utilizar dessa formatação mediúnica para estudos com a espiritualidade? Realizar grupos de estudos com médiuns e discussões saudáveis com os espíritos seria algo “reprovador” na atual conjuntura no planeta?

Roger: Eu não diria que é algo reprovador conversar com os espíritos em grupos de estudo para obter conhecimento e seguir diretrizes. Mas diria que é um tanto perigoso por dois fatores básicos. Primeiro devido ao despreparo mediúnico de muitos dos componentes e dirigentes, o que leva, muitas vezes, a comunicações anímicas, ou seja, da mente do próprio médium. E isso ocorre muitas vezes de forma inconsciente. O próprio médium não percebe. Não é um gesto de má fé. Seguir orientações mediúnicas dessa natureza é muito perigoso e pode se tornar uma forma do médium que recebe a “suposta entidade espiritual” passar a ditar regras ao grupo de forma ditatorial e insensata, a partir de suas próprias crenças, interesses e desejos, desvirtuando completamente a proposta do trabalho espiritual.

O segundo ponto é a questão do risco do grupo ser confundido por entidades do lado negro que se passam por espíritos de luz. Isso é muito comum e eles são bem convincentes nisto. Precisamos estar sempre atentos, devido a sutileza desses mestres das sombras. Em toda essa minha jornada pude acompanhar excelentes médiuns e colaboradores serem confundidos por esses seres. Geralmente eles demonizam quem é amigo e está apoiando o médium e se travestem de seres de luz que detém o caminho correto a seguir. Esse tipo de fascinação é muito sedutora e difícil de perceber e se libertar. Para os amigos terem uma ideia do nível que isso pode chegar, já ouvi, de pessoa que considerava como um grande colaborador, que Hermes era uma entidade do mal e eu estava fascinado. Quem leu os nossos livros e, principalmente, o último, “Universalismo Crístico Avançado”, verá que Hermes é a manifestação pura do amor, sabedoria e bom senso.

Claro que grupos que desenvolvem estudos dedicados, com longa experiência e com uma equipe trabalhadora e focada no real desenvolvimento espiritual, adquire a maturidade para realizar essa conexão com o plano espiritual e obter excelentes resultados. No entanto, isso exige muito cuidado e critério. Lembro-me que em meu grupo mediúnico entre os anos 2001 a 2006 obtivemos muitas informações riquíssimas que tornaram-se base do trabalho que hoje em dia realizamos com o Universalismo Crístico. Mas isso foi fruto da dedicação e empenho de todos os médiuns. Inclusive nosso livro “A Nova Era – Orientações Espirituais para o Terceiro Milênio” foi realizado com o apoio direto de dois excelente médiuns desse grupo. Logo, é válida a comunicação com os espíritos para aprendizado, mas todo o cuidado é pouco para não cair nas ciladas citadas acima.