Roger Responde 182 – O Universalismo Crístico fala sobre o perdão? Ou trabalha com o conceito de que não precisamos perdoar, mas apenas amar?

182 – Pergunta (10/06/2013): Roger, bom dia! Que eu me lembre, o Universalismo Crístico pouco ou nada fala sobre o perdão (que eu me lembre). Em minha percepção, o motivo é que o UC trabalha num estágio anterior – seguindo os preceitos, não chegaríamos a precisar perdoar e, sim, apenas amar. O perdão tem a ver com erros e o UC trata de reforma íntima e aprendizado. O que podes nos dizer sobre isso? Um grande abraço fraterno.

Roger: Pergunta muito interessante! Apesar de que o livro “Universalismo Crístico Avançado” fala demais sobre o perdão. O livro todo gira em torno do meu esforço para perdoar a situação específica relatada no transcorrer de toda a narrativa.

De qualquer forma, creio que a tua percepção foi muito sábia. O Universalismo Crístico trabalha segundo o conceito que já havíamos afirmado anteriormente no livro “A História de um Anjo”, quando Gabriel fala a uma criança: “Melhor do que perdoar é não sentir-se ofendido”. Logo, os preceitos do UC trabalham com uma visão de amadurecimento espiritual, no qual não devemos nos revoltar com a pequenez de nossos semelhantes, e sim aprender a amar e educar espiritualmente a si e ao próximo. E as tuas palavras foram perfeitas ao dizer que o “UC trata de reforma íntima e aprendizado”. Creio nisto com absoluta convicção.

Por este motivo, somos um pouco distanciados de ações meramente assistencialistas e promovemos insistentemente ações de esclarecimento e educação espiritual e humana. Cremos que chegou o momento de o homem entender a vida que o cerca, ou seja, as consequências de seus atos e, assim, tornar-se responsável consciente por aquilo que planta. Aquele que se esclarece compreende os mecanismos da vida criada por Deus, portanto aprende a amar de forma plena, desligando-se da necessidade de perdoar. Ele deixa de agir apenas com o coração e passa a agir, também, com sabedoria e razão.

O homem, ao adquirir sabedoria, percebe que as tempestades que via no passado são apenas pequenas turbulências, quando percebidas com um olhar de crescimento e aperfeiçoamento espiritual. Aquele que aprende a amar vive situações menos traumáticas pelo simples fato de não lutar avidamente pelos interesses humanos. E, quando ofendido, se entristece e se ressente, mas logo procura resgatar a sua consciência do despenhadeiro em que ela estava se precipitando. A cura é mais rápida e eficaz quando desenvolvemos o entendimento real da vida criada por Deus. As pessoas espiritualizadas precisam menos do apoio de psicólogos e psiquiatras porque entendem o objetivo fundamental de suas existências, que é evoluir através da aquisição e aperfeiçoamento dos valores crísticos, como o amor, paciência, compreensão, tolerância, perdão etc.

Por muitos anos vimos em trabalhos de desobsessão espíritos que passaram séculos no plano astral com sentimentos de vingança ou de rancor por não perdoar gestos muitas vezes tão pequeninos, comparados aos verdadeiros males do mundo. Somente com o entendimento espiritual, em vida, é que essa atitude instintiva é aplacada e a alma perturbada pode retornar rapidamente aos “trilhos” da paz e da harmonia.

Se a humanidade deseja ser verdadeiramente feliz e viver em paz, precisa libertar-se da alienação espiritual em que vive. Caso contrário, o rosário de dramas sem fim prosseguirá, atormentando àqueles que creem que a felicidade se encontra nos interesses transitórios da vida humana. Ater-se somente aos encantos da vida humana é aceitável entre adolescentes ingênuos, mas entre aqueles que já atingiram a fase adulta, esta atitude é uma terrível imprudência.

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