Roger Responde 025 – Divergência entre livros Moisés e O faraó Merneptah de Rochester

025- Pergunta (07/06/2010): “Sou leitor apaixonado de seus livros escritos com o amparo do iluminado Hermes. Li toda a trilogia Akhenaton + Moisés 1 e 2 e fiquei muito emocionado em diversas passagens e relatos contados sob a ótica de Radamés e Natanael. Recentemente li também o livro “O Faraó Mernephta” escrito com o amparo de J. W. Rochester (Ed. do Conhecimento) que nos mostra uma versão na qual Moisés é um homem totalmente ambicioso, interesseiro, manipulador, vingativo e egocêntrico, além de pessoas e passagens muito divergentes das mostradas em sua obra. Como entender relatos divergentes e até antagônicos de espíritos que dizem ter presenciado os mesmos acontecimentos? Como separar o joio do trigo?”

Roger: Não gosto de comentar livros de outros autores. No entanto a pergunta é excelente e também pertinente. Nesse caso é necessário uma explicação devido a essas divergências apresentadas pelo leitor. Não é raro os médiuns contaminarem os textos que recebem da Espiritualidade com seus pensamentos e crenças. Já falamos sobre isso em outras oportunidades. E não me excluo dessa situação. Médiuns completamente isentos teriam que ter uma consciência muito ampla para abrangerem o pensamento superior dos mentores e os compreender além de suas crenças e de suas limitadas percepções de mundo. O próprio Chico Xavier, o médium mais brilhante que conhecemos, também deixou-se afetar por suas crenças em alguns de seus livros, não reproduzindo com fidelidade o que a Espiritualidade lhe passava. Por isso os livros mediúnicos devem ser sempre estudados com cautela e sem paixão. Recomendo até mesmo a se prenderem mais a essência das mensagens do que ao conteúdo “ipsis literis”, ou seja, ao “pé da letra”.

Os livros de Rochester, psicografados pela médium russa Wera Krijnowskaya, são um bom exemplo disso. Em várias de suas obras é possível perceber um terrível anti-semitismo, que seria totalmente inadequado nos dias de hoje, após o holocausto que vitimou milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial. Como ela escreveu os seus livros no final do século dezenove, tinha portanto a liberdade para atacar abertamente os judeus sem sofrer qualquer tipo de censura ou reprovação. Isso fica notório em vários livros seus, como por exemplo, “O Chanceler de Ferro do Antigo Egito”, “A vingança do Judeu” e o livro citado na pergunta “o Faraó Merneptah”. Os judeus são sempre citados nesses livros como traiçoeiros, odiosos, interesseiros e agiotas desprezíveis. Segundo esses livros, são desprezados pela sociedade em que vivem e desejam vingar-se disso. Esse é um tema recorrente nos livros de Rochester. Mesmo assim, eles são muito interessantes e com uma narrativa de encher os olhos.

A médium viveu na Rússia durante o período final da dinastia Romanov, antes da Revolução Russa, período em que a nobreza vivia de heranças, sem trabalhar, e abusava de festas fúteis, como ela muito bem retrata em seus livros. Os judeus emprestavam dinheiro a muitos desses nobres falidos e depois cobravam inclusive com a penhora de seus bens, deixando-os na miséria. Talvez ela e seu esposo tenham passado por situações difíceis com seus credores judeus e ela repercutiu isso nos livros. Nota-se um ódio gratuito a tudo que se refere ao povo judeu em seus livros. Ela também se baseou nos textos distorcidos da Bíblia, ao pé da letra, para descarregar a sua ira sobre eles.

E outro ponto que pode gerar as divergências é que Merneptah era o próprio Rochester. E ele não era um espírito iluminado na época em que utilizou-se da médium para narrar as suas experiências. Talvez tenha feito o que é muito comum entre nós, humanos: ele defendeu seus próprios pontos de vista.

Além disso pode haver também as nossas falhas na captação mediúnica e na interpretação dos fatos. Como eu era o próprio Natanael, e vivi próximo a Moisés desde os tempos da Atlântida, quando ele viveu como Atlas, posso ter “defendido” de forma exagerada as suas atitudes nos eventos da libertação do povo judeu da escravidão no Egito.

Livro: O Faraó Mernephta – J. W. Rochester (Ed. do Conhecimento)

8 thoughts on “Roger Responde 025 – Divergência entre livros Moisés e O faraó Merneptah de Rochester

  1. Thamiris says:

    Ola
    Olha eu acho que vc n esta mto informado, Vera e Chico eram médium mecânicos.. Eles n tinham como interferir na obra já que na hora nem sabiam o que estavam escrevendo…
    Enfim n acho que os judeus eram mau tratados nos livros de Rochester.. Ele mostra claramente a realidade pois eh um povo sim ressentido e egoísta assim como os egípcios mesmos.. Só pensavam neles no Deus de cada um..como tem ate hoje ..Rochester mostra que no fim todos são iguais e por mais que lutemos o mosso caminho é o mesmo.. Porque Moisés e todos os profetas não podiam ter sentimentos normais..como ódio e inveja..? São humanos e essa também foi a provação deles..Cada tem uma visão dos fatos .. Assim como a bíblia..vc interpreta os fatos como quiser.. Agora julgar sem saber como você fez é no minimo fácil já que os espíritos deles n podem dar a sua opinião só acho que um bom espirita precisa ter a mente aberta para todas as possibilidades.

  2. Shlomoh says:

    Thamiris, você aparentemente expõe sentimentos antagônicos aos judeus, no teu comentário. No plano espiritual somos todos exatamente o mesmo que fomos enquanto encarnados. Após cada encarnação, levamos conosco a nossa humanidade, mas ligeiramente mais experientes e, na maioria dos casos, com mais alguns débitos a quitar em futuras encarnações. O ser humano que vive no entorno do planeta Terra está num processo de encarnações expiatórias. O planeta ainda não chegou ao estado de planeta de regeneração, embora esteja no processo de vir a se-lo. Então, os judeus de hoje em dia não são obrigatoriamente os mesmos que estavam encarnados na época do antigo Egito – contemporâneos de Moisés e Ramsés. Nesses últimos 3600 anos muitas ondas encarnatórias aconteceram, muito conhecimento foi acumulado pela humanidade, muitos débitos foram quitados e outros tantos contraídos. O politeísmo e o monoteísmo assumiram diferentes formas. Monocracias, teocracias, democracias, ditaduras, cresceram e ruíram. Nações apareceram e outras desapareceram. Mas certas idéias e tradições permanecem vivas, por serem oriundas de fontes divinas e cuja validade é tão eterna quanto suas origens. Daí, não é conveniente estender opiniões pessoais circunscritas para todo um povo que ainda está em passagem encarnatória sobre o planeta – pode ocorrer que o julgamento que agora fazes, em algum momento do passado já se aplicou a você mesma ou, então, se aplicará no futuro. Tal é a Lei do Retorno. Paz e Luz para você.

  3. Claudemir says:

    Vejo muita lógica nas narrativas de Rochester, pois numa época tão remota, os povos eram ainda regidos mais pelos instintos que pela razão. A única explicação para que ex escravos perdidos no deserto tivessem tantos animais, bens e ouro, o suficiente para fazer a estatua de um Deus (bezerro), seria a de que eles teriam roubado seus patrões no momento de saírem do Egito. Também o fato de Deus Abrogar as leis naturais que criou, abrindo o mar vermelho para os Hebreus e fechando suas águas sobre os Egípcios, me parece fantasioso, tanto pelo fato de anular a lei de gravidade quanto pelo fato de matar pessoas de um povo e defesa de outro. Dessa forma, Deus não seria o Deus Justo, que faz nascer o sol para o justo e para o injusto. Pior ainda acreditar que Deus determinaria a matança dos primogênitos do Egípcios, como se esse povo também não fizesse parte de sua criação amorosa, portanto também seus filhos amados.
    Num conflito envolvendo milhares de pessoas tanto de um lado quanto de outro, o mais racional é crer no assassinato em massa, utilizando-se do anonimato, e colocar a culpa em Deus. Se as ambições humanas levam as pessoas a fazerem isso hoje, imaginem a quase 4 mil anos atrás? Não se trata de defender ou criticar os Hebreus ou os Egípcios. O que coloco aqui é o uso da razão. Numa época tão antiga, podemos imaginar do que as pessoas eram capazes. A própria Bíblia afirma que Moisés impunha sua liderança de forma dura, pela lei do olho por olho e dente por dente. A mulher adúltera era apedrejada. Quando Moisés deixou o povo a sós para receber os 10 mandamentos, eles, agora sem o risco dos pesados castigos, começaram a praticar iniquidades, ou seja, adultérios, homicídios e todo tipo de orgias. Concordo com você meu irmão que o tanto o médium quanto o espírito podem narrar o fato tentando “puxar a sardinha para si” e acredito que isso também tenha acontecido com Bíblia. Concordo também que devemos estudar a parte moral da estória, absorvendo tudo que esteja de acordo com o Evangelho de Jesus. Abraço Fraterno.

  4. diogo says:

    legal saber desse contexto por trás do livro. Já lí a trilogia do Roger, agora quero ler esse do Rochester para perceber isso, ainda mais ele sendo o próprio Merneptah. Incrível !!!

  5. gabriel says:

    A trilogia do Roger quero ler pois me despertou o que os Livros de Rochester me despertaram. A curiosidade sobre informações perdidas e que tanto Rochester como Hermes devem passar com sabedoria aos nossos queridos Médiuns!!!!!

    O Farao Meremptah bem como o Chanceler de Ferro de Rochester foram livros excepcionais, que mostram realmente um povo mais embrutecido e judeus mais “pecadores”. Moises é apesar de ter feito grandes coisas, meio crápula rsrs…….Creio que nem Rochester nem Hermes, nem Vera nem Roger são absolutamente perfeitos. A colocação de Roger ao final da resposta, onde Rochester pode ter escrito de seu modo mais crítico ou “realista”, me parece mais correta. A Médium tb apesar de mecânica nao podemos descartar as possibilidades que Roger nos colocou.
    Quanto ao comentario do CLAUDEMIR, ao ler o Farao Meremptah vc ve que tudo foi PLANEJADO e MOISES era um Sábio conhecedor das forçad da NATUREZA, sendo inclusive muito bem feito no recente filme ÊXODO: Deuses e Reis.

    Quero DEMAIS ler os livros da trilogia do ROGER ver como Moises nos é apresentado. Até então tenho ele como um COMPLETO HUMANO com uma missao dificil nas costas, onde provavelmente nao foi um SUCESSO e SIM teve varios erros e TOMBOS……….

    Um fraterno Abraço nos leitores e no ROGER. !!!

  6. A.J. DESENHOS says:

    é sempre bom ficar alerta a tudo li o livro quem nos garante que não seja ali mais uma armação pra nos fazer crer em algo do qual não vimos. somos sugestionado ate mesmo pelo que lemos.

  7. Fabricio says:

    Discordo de você quando diz que há um “ódio gratuito a tudo que se refere ao povo judeu” nos livros de Wera/Rochester, como também que há nada de errado com o fato de as narrativas de Wera/Rochester estarem refletindo seus pontos-de-vista. No caso do Faraó Mernephtah, isso enriqueceu a obra e trouxe lógica e conclusões sensatas àqueles obscuros acontecimentos. Pois se até mesmo a própria Bíblia está eivada de considerações parciais, ao segregar hebreus e egípcios, como se estes últimos não fossem parte da própria criação, como bem salientou o leitor Claudemir.

  8. santos says:

    gosto de ler livros espiritas,mas nao sou obrigado a crer ,creio q temos q t uma visao do tipo,de quem esta do lado de fora,do contrario qual sera a diferencia entre o espirita bitolado(se me permite) e um islamico( preso ao alcorao )? um forte abraço!!!!!!

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